Pedro Sánchez e Von der Leyen estão a participar na reunião dos líderes do G20 e esta coincidência tornou previsível que os dois possam ter algum contacto para abordar esta questão.
Não houve confirmação oficial por parte do Governo espanhol de que esse contacto tenha ocorrido no primeiro dia da cimeira, que se prolonga até terça-feira.
No entanto, fontes do Executivo de Madrid indicaram que a intenção é quebrar o impasse e, por essa razão, o Governo está a falar, a trabalhar e a pressionar para garantir que a nova Comissão Europeia, que será presidida por Von der Leyen e na qual se espera que Teresa Ribera ocupe o cargo de Vice-Presidente para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva, possa avançar.
O Partido Popular (PP) está a tentar fazer vingar o seu veto a Ribera, atribuindo-lhe responsabilidades na tragédia da dana que afeta principalmente a Comunidade Valenciana.
Na passada quinta-feira, no Congresso dos Deputados, o próprio líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, pediu, ao Governo que retirasse a candidatura de Ribera e propusesse "outra pessoa que tenha o apoio da sociedade espanhola".
O Partido Popular Europeu propõe atualmente duas condições para apoiar a nomeação de Ribera: que esta compareça no Congresso para dar explicações após a Dana (a intempérie que afetou a comunidade Valenciana), prevista para a próxima semana, e que se comprometa a demitir-se caso seja levada a tribunal pela sua gestão da situação.
Enquanto Sánchez se envolve para tentar encontrar uma solução, os grupos do Parlamento Europeu estão a negociar e fontes destes grupos apontam para uma possível solução que passaria por um acordo entre o PPE para levantar o veto a Ribera e os grupos progressistas para aceitarem Raffaelle Fito como vice-presidente nomeado pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
Os eurodeputados do PP vão votar contra a eleição de Ribera, que tem desde 2020 a tutela do Ambiente e da gestão das bacias hidrográficas no Governo do socialista Sánchez.
O PP espanhol (direita) está a atribuir-lhe responsabilidades nas inundações de 29 de outubro no leste de Espanha, em que morreram mais de 220 pessoas.
"Quem demonstrou ser uma má ministra, não apenas agora, mas especialmente nestes momentos de emergência nacional, não merece ser premiada nem promovida em lado nenhum. E ainda menos ser nomeada vice-presidente de todos os europeus. Não será certamente connosco. Não com os votos dos eurodeputados do PP", disse hoje Feijóo.
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