"Hoje cedo foi recebida uma informação de que um posto da FINUL foi atingido, causando vários feridos e danos no posto. Uma investigação do exército determinou que o Hezbollah disparou o 'rocket'", avançou um comunicado militar, citado pelas agências internacionais.
Até ao momento, não há mais informações sobre o incidente, que não foi comentado nem pela FINUL nem pela milícia libanesa.
Na nota informativa, as fontes militares israelitas indicam que o 'rocket' foi disparado a partir da zona de Deir Aames, um dos pontos de onde o grupo xiita libanês pró-iraniano disparou vários projéteis contra Israel, pouco antes das dez horas da manhã de hoje (08:00 em Lisboa).
Desde o início da ofensiva terrestre israelita no sul do Líbano, há mais de um mês, pelo menos cinco capacetes azuis (como são conhecidos os operacionais que integram as missões de paz da ONU) ficaram feridos por disparos israelitas e pelo menos duas bases foram invadidas por tanques do exército.
Durante as primeiras semanas da incursão terrestre, iniciada em outubro, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou repetidamente à retirada "temporária" dos capacetes azuis do sul do Líbano e acusou o Hezbollah de os utilizar como "escudos humanos".
"A recusa em retirar os soldados da FINUL torna-os reféns do Hezbollah. Isto põe em perigo as suas vidas e as dos nossos soldados", disse então o líder israelita sobre a presença da missão das Nações Unidas na zona, tendo recordado na mesma ocasião que é da responsabilidade da organização internacional "garantir a segurança do pessoal e dos bens da ONU e respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU".
A FINUL, criada em março de 1978 pelo Conselho de Segurança da ONU, inclui um total de 10.000 militares oriundos de 50 países.
Numa altura em que Israel continua a atacar o país vizinho, o enviado dos Estados Unidos da América (EUA), Amos Hochstein, chegou hoje a Beirute para conhecer a resposta do Líbano sobre um possível cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
Ao mesmo tempo, o número de mortos em ambos os lados continua a aumentar após mais de um ano de trocas de tiros entre Israel e o Hezbollah.
Do lado libanês, calcula-se que mais de 3.500 pessoas tenham sido mortas, a maioria das quais desde 23 de setembro, quando o exército israelita intensificou a sua campanha de bombardeamentos aéreos.
Israel afirma que cerca de 2.500 das vítimas mortais no Líbano eram militantes do grupo xiita apoiado pelo Irão.
Do lado israelita, 77 pessoas foram mortas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 46 eram civis (seis dos quais estrangeiros).
Além disso, 43 soldados foram mortos em combate no sul do país vizinho, o último dos quais um reservista, que foi morto hoje num ataque de 'drones' do Hezbollah no sul, segundo o exército.
Israel desencadeou uma incursão militar terrestre no Líbano, em 01 de outubro, após várias semanas de intensos bombardeamentos aéreos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo xiita libanês pró-iraniano, após mais de 11 meses de fogo cruzado com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado (a 07 de outubro de 2023) uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
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