Queijo artesanal brasileiro torna-se património Cultural Imaterial da Humanidade

O queijo Minas Artesanal, produzido por pequenos produtores rurais brasileiros e que é associado à hospitalidade, foi reconhecido hoje como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

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Lusa
04/12/2024 15:04 ‧ há 8 horas por Lusa

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UNESCO

Os "Modos de Fazer Queijo Minas Artesanal" é o primeiro item gastronómico do Brasil classificado pela UNESCO, juntando-se à técnica dos 'pizzaiolos' de Nápoles (Itália), ao café árabe (Arábia Saudita), à cerveja da Bélgica e outros itens culinários já reconhecidos pela organização.

 

A candidatura do bem cultural brasileiro foi apreciada durante a 19.ª sessão do Comité Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial do órgão, que acontece no Paraguai, que na terça-feira classificou também a Arte Equestre Portuguesa como Património Imaterial Cultural da Humanidade.

De acordo com uma descrição divulgada pela UNESCO, o Queijo Minas Artesanal tem como característica o facto de os seus produtores, que vivem no estado de Minas Gerais, usarem leite cru e o 'pingo' (gota), uma levedura natural composta por bactérias específicas da região que contribui para o sabor, cor e aroma específicos dos queijos.

A organização também destacou que "o queijo Minas Artesanal é associado à hospitalidade e é comumente consumido com doces e bebidas em reuniões e em ocasiões especiais".

Antes da decisão, o Governo brasileiro defendeu, num comunicado, que o fabrico do queijo Minas Artesanal é uma importante atividade socioeconómica do país, que promove inclusão e desenvolvimento local, em especial da agricultura familiar.

"Envolve valores culturais, além de conhecimentos e técnicas desenvolvidas geração após geração ao longo de três séculos, tornando o Queijo Minas Artesanal um alimento referencial para a cultura nacional e a identidade local de grupos e indivíduos de diferentes regiões e paisagens do estado de Minas Gerais", apontou.

A ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, avaliou no mesmo comunicado que os sabores brasileiros são uma das "muitas riquezas" do país. "Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e do seu povo", disse.

Após a escolha, o Ministério da Cultura do país sul-americano divulgou outra nota, destacando que "recebeu, com satisfação", a inscrição dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal na lista representativa da UNESCO.

"Trata-se da sétima inclusão de um elemento cultural brasileiro na referida lista, a primeira desde 2019", lembrou o Governo brasileiro.

"A inclusão de conhecimentos e práticas alimentares referenciais para a cultura nacional na lista da UNESCO reforça a relevância dos saberes tradicionais brasileiros e a possibilidade de conciliar património imaterial, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável", concluiu.

Leia Também: Investigadores querem proteger qualidade do Queijo da Serra da Estrela

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