Num comunicado hoje difundido, a UNRWA indicou que o Governo israelita pagou por 'outdoors' em diversas cidades ao redor do mundo e por anúncios do Google em vários 'sites'.
"Esses anúncios são os mais recentes de uma série de campanhas mais amplas contra a UNRWA pelo Governo de Israel, que continua a pedir publicamente o desmantelamento da agência", diz o comunicado.
"Este último esforço global de um Estado-membro das Nações Unidas para rotular uma agência da ONU como uma organização terrorista pode equivaler a discurso de ódio usando corporações que supostamente promovem produtos comerciais", avaliou a agência.
De acordo com a nota, esta campanha está a gerar "imensos danos" à reputação da UNRWA, agência que é atualmente o maior provedor humanitário para a população de Gaza gravemente afetada pela guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.
Além disso, esses anúncios podem "colocar a vida do pessoal da UNRWA em sério risco", frisa o comunicado.
Desde o início da guerra, há mais de um ano, 251 membros da UNRWA foram mortos em Gaza e dois terços dos prédios da agência da ONU no enclave palestiniano foram atingidos durante ataques.
"Os responsáveis pela disseminação de desinformação, incluindo empresas de publicidade, devem parar e ser responsabilizados. Regulamentos devem ser colocados em prática para controlar a disseminação de tais mensagens prejudiciais e possivelmente perigosas", instou ainda a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.
Na sequência do comunicado da UNRWA, o embaixador israelita junto à ONU, Danny Danon, afirmou ser "tarde demais" para a agência se "preocupar com a sua reputação".
"É tarde demais. Eles deveriam ter tomado medidas contra o Hamas há um tempo. Eles não deveriam ter permitido que a UNRWA fosse infiltrada pelo Hamas. Hoje, quando eles estão preocupados com a sua reputação, eu digo-lhes que é tarde demais. Não cooperaremos com a UNRWA", afirmou Danon, em declarações à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque,
O auge da crise entre Israel e a UNRWA ocorreu quando o Governo israelita acusou vários funcionários da UNRWA de envolvimento no massacre de 07 de outubro em solo israelita, que desencadeou o atual conflito em Gaza.
Vários países retiraram temporariamente o seu financiamento à agência, mas com o passar dos meses repuseram contribuições, depois de considerarem satisfatória a investigação interna da agência e a efetuada pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna.
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