Alemanha, França e Polónia condenam força contra manifestantes na Geórgia

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Polónia condenaram hoje "o uso desproporcionado da força" contra manifestantes pacíficos e a perseguição da oposição e de representantes dos meios de comunicação social na Geórgia.

Notícia

© GIORGI ARJEVANIDZE/AFP via Getty Images

Lusa
07/12/2024 18:38 ‧ 07/12/2024 por Lusa

Mundo

Geórgia

Os protestos em massa na Geórgia, alimentados pela decisão do partido do governo de suspender as negociações de adesão à União Europeia (UE), entraram na segunda semana na quinta-feira, com a polícia a reprimir os manifestantes cada vez com mais força.

 

Centenas de pessoas foram detidas e mais de 100 foram tratadas por ferimentos desde o início dos confrontos.

Outros 50 manifestantes foram detidos na sexta-feira à noite, informaram as autoridades georgianas no sábado.

Na sua declaração conjunta de hoje, os três ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Polónia apelaram à libertação imediata dos membros da oposição.

Exigiram ainda, no comunicado, que "os direitos fundamentais, incluindo a liberdade de reunião pacífica e a liberdade de expressão, devem ser defendidos e protegidos de acordo com a Constituição da Geórgia e os compromissos internacionais".

O partido no poder, Georgian Dream (Sonho Georgiano), manteve o controlo do parlamento nas disputadas eleições de 26 de outubro, uma votação amplamente vista como um referendo sobre as aspirações da Geórgia à UE.

A oposição e a presidente pró-ocidental, Salome Zourabichvili, acusaram o partido no poder de ter manipulado a votação com a ajuda da vizinha Rússia e boicotaram as sessões do parlamento.

Os protestos da oposição ganharam novo ímpeto após a decisão do Sonho Georgiano, na quinta-feira, de suspender as conversações de adesão à UE, pretendendo congelá-las até 2028.

A polícia antimotim utilizou canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar as manifestações e espancou dezenas de manifestantes, que atiraram fogo-de-artifício aos agentes da polícia e construíram barricadas na avenida central da capital da Geórgia.

A polícia perseguiu os manifestantes pelas ruas de Tbilisi até às primeiras horas da manhã de hoje e deteve violentamente alguns deles, segundo a Associated Press.

A repressão foi também objeto de uma forte condenação por parte dos Estados Unidos, através do Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, que, durante uma conferência ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, denunciou, quinta-feira, o que descreveu como "uma brutal repressão daqueles que pedem que o seu país se mantenha na via do estreitamento dos laços com a Europa".

Hoje, a Alemanha, a França e a Polónia apelaram ao Sonho Georgiano para "abrandar as tensões e abrir um diálogo inclusivo com todas as forças políticas e representantes da sociedade civil".

"Sublinhamos a nossa determinação em apoiar as aspirações democráticas e europeias do povo georgiano", diz o comunicado.

A líder da oposição do partido Pela Geórgia, Teona Akubardia, disse à imprensa que "só novas eleições parlamentares devolverão o país ao espaço constitucional".

Nas eleições parlamentares de outubro, a oposição apresentou quatro blocos para destituir o partido governante, um objetivo não alcançado.

Depois de conhecidos os resultados das eleições, a oposição recusou-se a reconhecer a derrota e acusou o Governo de manipular resultados com a ajuda da Rússia, apelando a protestos.

Leia Também: Protestos continuam na Geórgia. Detidos 50 manifestantes pró-UE

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas