"À luz dos desenvolvimentos na Síria e com base [...] na possibilidade de grupos armados entrarem na zona tampão, [o exército de Israel] destacou forças para a zona em vários pontos-chave necessários para a defesa, a fim de garantir a segurança dos montes Golã e das comunidades e cidadãos israelitas", afirmaram as forças armadas, num comunicado.
O exército israelita acrescentou que "não interveio" nos acontecimentos na Síria, onde grupos rebeldes liderados por radicais islâmicos anunciaram hoje a queda do regime de Bashar al-Assad, cujo paradeiro é ainda desconhecido, após uma fulminante ofensiva lançada em 27 de novembro em toda a Síria.
No sábado, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) indicou que as tropas sírias se retiraram das suas posições na província de Qouneitra, que faz fronteira com os montes Golã onde, desde 1974, a zona desmilitarizada é monitorizada pela Força das Nações Unidas de Observação de Retirada (FNUOR).
Um porta-voz da FNUOR relatou "indivíduos armados não identificados na zona de separação, em que cerca de 20 deles entraram numa das posições da missão na parte norte da zona de separação".
O exército israelita anunciou que ajudou a força da ONU a "repelir" um ataque.
Questionado hoje pela AFP sobre notícias da imprensa libanesa, segundo as quais o ataque israelita teve como alvo um depósito de armas na província de Qouneitra, nos montes Golã, um porta-voz do exército disse não comentar.
Israel conquistou parte do Golã à Síria durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar este território em 1981, anexação que não é reconhecida pela ONU.
Em 2014, a FNUOR teve de abandonar as suas posições na parte síria dos montes Golã, quando grupos rebeldes e jihadistas do antigo ramo sírio da Al-Qaida tomaram o setor.
Este último tomou gradualmente várias áreas de Qouneitra, incluindo a passagem entre a parte síria dos montes Golã e a do planalto ocupada por Israel.
Na altura, 45 "capacetes azuis" da FNUOR, naturais das ilhas Fidji, foram feitos reféns após combates entre o exército e os rebeldes, antes de serem libertados após duas semanas.
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