Minas, explosivos e mísseis antitanque foram capturados pela Brigada Regional 474 dos Montes Golã, "num antigo posto do exército sírio" no Monte Hermon, dentro da zona desmilitarizada.
A brigada apreendeu ainda tanques, que afirmou não estarem em utilização, sem indicar o seu número exato.
Quatro brigadas israelitas da Divisão Regional de Bashan 210 permanecem na zona "e, em alguns casos, ligeiramente a leste", informaram os militares em comunicado.
"A nossa missão é clara: proteger os residentes dos Montes Golã e todos os civis israelitas", disse hoje o comandante da 210ª Divisão, na sequência dos ataques dos últimos dias, nos quais o exército israelita estima ter destruído mais de 70% das capacidades militares do antigo regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Egito, o Iraque e o Qatar condenaram a presença militar israelita na Síria, em conjunto com a ONU, que a classificou como uma "violação flagrante" do acordo de 1974 sobre a separação das tropas dos dois países.
A zona desmilitarizada, nos Montes Golã sírios, conquistados por Israel em 1967 e anexados em 1981 num ato não reconhecido internacionalmente, foi estabelecida pela resolução 350 do Conselho de Segurança da ONU para separar os exércitos dos dois países e é patrulhada pela Força das Nações Unidas de Observação da Retirada (UNDOF) desde 1974.
Bashar al-Assad, que sucedeu ao pai Hafez em 2000, fugiu com a família para a Rússia no passado fim-de-semana, pouco antes de uma coligação de rebeldes tomar Damasco e pôr fim a cinco décadas de poder da família do ex-presidente.
A coligação é liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e inclui fações pró-turcas.
Os rebeldes lançaram uma ofensiva relâmpago em 27 de novembro a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o exército de Assad das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco.
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