O coordenador do Comité de Iniciativa para a Paz em Artibonite, André Saint-Louis, disse à agência EFE que cerca de 20 pessoas morreram no ataque em Petite Riviere, sem conseguir quantificar o número exato de vítimas.
Neste ataque, um número indeterminado de pessoas também foi sequestrado por membros deste grupo armado, que incendiaram casas ao passar pela cidade, apesar da presença em Petite Riviere da Polícia Nacional do Haiti (PNH) e da Força Multinacional de Apoio à Segurança (FMSF).
Nas redes sociais circulam vídeos deste último massacre cometido pelo gangue Grand Griff, com base em Savien, Artibonite, e que ocorre alguns dias depois de a PNH e a missão multinacional terem anunciado que tinham recuperado o controlo da esquadra local.
Segundo alguns meios de comunicação locais, este ataque é uma represália deste grupo armado contra as ações do movimento de justiça popular conhecido como Bwa Kale pelos habitantes de Petite Riviere, que já custou a vida a vários alegados membros de gangues da zona.
Outro vídeo que também circula nas redes sociais mostra os corpos sem vida dos membros do gangue a serem atirados ao rio Artibonite.
O gangue Gran Griff foi também responsável pelo massacre, no início de outubro, de cerca de 115 pessoas na aldeia de Pont Sondé, a 100 quilómetros da capital.
Os acontecimentos desta manhã ocorrem poucos dias depois de mais de 180 pessoas terem sido mortas no fim de semana em Wharf Jérémie, no bairro Cité-Soleil da capital, o maior bairro de lata do país, num massacre ordenado pelo chefe do ganhue, Wa Mikano ("Rei Mikano"), sob o pretexto de que um filho seu tinha sido vítima de bruxaria.
Na segunda-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, declarou que as vítimas de Wharf Jérémie elevavam o número de pessoas mortas pela violência para cerca de 5.000 este ano.
A violência perpetrada por gangues tem vindo a agravar-se desde fevereiro e os grupos armados controlam 80% de Port-au-Prince.
A violência obrigou mais de 700 mil habitantes, metade dos quais crianças, a deslocarem-se das casas onde residiam, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Com o apoio da ONU e dos Estados Unidos, uma missão multinacional de apoio policial liderada pelo Quénia começou a ser destacada este verão para o Haiti.
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