Numa carta enviada ao líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohamed al-Jolani, cujo verdadeiro nome é Ahmed Hussein al-Shara, o monarca do Bahrein destacou quer manter "uma cooperação" entre as novas autoridades e os embaixadores árabes em Damasco.
O chefe de Estado do Bahrein defendeu ainda ser importante "preservar a soberania, a estabilidade e a integridade territorial" do país, bem como "materializar as aspirações" da população.
Neste sentido, al-Jolani comunicou a vontade do Bahrein de "continuar as consultas e coordenação" com a Síria e "apoiar os esforços das organizações regionais e internacionais" para alcançar os interesses do "povo sírio irmão", segundo adiantou a agência de notícias estatal do Bahrein, a BNA.
As novas autoridades interinas estabelecidas na Síria após a queda de Bashar al-Assad, chefiadas por Mohamed al-Bashir, manifestaram na quinta-feira o desejo de manter "boas relações" com "todos os países que respeitem a vontade popular, a soberania do Estado sírio e a unidade dos seus territórios".
Al-Bashir, que chefiou o Governo de Salvação Nacional nomeado pelo HTS na província de Idlib (noroeste) nos anos anteriores à ofensiva, prometeu que as novas autoridades irão "garantir os direitos de todos os povos" e apelou aos milhões de refugiados sírios para que regressem ao país.
A ofensiva na Síria, lançada a 27 de novembro a partir da província de Idlib, permitiu que 'jihadistas' e rebeldes tomassem a capital e acabassem com o regime da família al-Assad, no poder desde 1971 - primeiro com Hafez al-Assad (1971-2000) e depois com o seu filho, Bashar -, graças à constante retirada das tropas governamentais, apoiadas pela Rússia e pelo Irão.
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