O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, e Ajit Doval, conselheiro de segurança nacional da Índia, reúnem-se quarta-feira em Pequim sobre "a questão da fronteira sino-indiana", informou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.
O encontro vai decorrer no âmbito de um mecanismo de discussão bilateral de alto nível, criado em 2003, de "representantes especiais" para as questões fronteiriças.
A última reunião tinha ocorrido em dezembro de 2019, segundo a imprensa indiana.
As conversações tinham parado em 2020, depois de um confronto mortal entre soldados na fronteira entre o Tibete chinês e a região indiana de Ladakh, que causou pelo menos 20 mortos do lado indiano e quatro entre os chineses.
Em outubro, Nova Deli afirmou ter chegado a um acordo com Pequim sobre as patrulhas nas zonas disputadas pelos dois países.
O acordo de outubro foi anunciado pouco antes de um raro encontro formal - o primeiro em cinco anos - entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à margem de uma cimeira dos países do BRICS.
Brasil, Rússia, Índia e China criaram, em 2006, o grupo BRICS, ao qual se juntou a África do Sul em 2010, acrescentando ao acrónimo a letra 'S'. Em 2024 o grupo incluiu quatro novos membros: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
Os dois gigantes asiáticos partilham uma fronteira de 3.500 quilómetros, que continua a ser uma fonte constante de tensão, com registo de confrontos esporádicos.
Pequim e Nova Deli acusam-se regularmente entre si de tentar apoderar-se do território ao longo da sua linha de demarcação não oficial a grande altitude.
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