Trump afirma que a Turquia levou a cabo uma "tomada de poder hostil"

O presidente eleito norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que a Turquia levou a cabo uma "tomada de poder hostil" na Síria, após a queda do antigo presidente, Bashar al-Assad, deposto por grupos rebeldes, alguns apoiados por Ancara.

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© ALLISON ROBBERT/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
16/12/2024 18:40 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

"A Turquia é muito inteligente. É um indivíduo inteligente e muito tenaz", disse o futuro presidente dos Estados Unidos (EUA) numa conferência de imprensa, referindo-se ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

 

"A Turquia fez uma tomada de poder hostil sem que se perdessem muitas vidas. Posso dizer que Assad era um carniceiro", acrescentou.

A Turquia tem vindo a exercer uma influência considerável no noroeste da Síria desde 2016, mantendo relações com a Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por muitos países ocidentais.

A HTS liderou a ofensiva que derrubou o regime do antigo presidente sírio Bashar al-Assad, no poder há 24 anos, deposto a 08 de dezembro numa operação que durou uma dúzia de dias e que obrigou ao seu refúgio em Moscovo, juntamente com a sua família.

O Governo turco afirmou no domingo que estava "pronto" para fornecer ajuda militar se o novo governo de transição sírio, liderado pelos rebeldes islâmicos, o solicitasse.

"Temos de esperar para ver o que a nova administração faz. Pensamos que é necessário dar-lhes uma oportunidade", afirmou o ministro da Defesa turco, Yasar Güler.

A prioridade da Turquia na Síria passa pelo combate contra os separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção Popular (YPG), um objetivo apoiado pelo novo governo sírio.

Ancara considera as Forças Democráticas Sírias (FDS) como um grupo terrorista, colocando-se em oposição direta à administração norte-americana de Joe Biden, que as considera um grupo "crucial" para evitar o ressurgimento dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) na Síria.

As FDS, dominadas pelo YPG e apoiadas pelos EUA, lideraram a luta contra o EI nos seus últimos bastiões sírios, até à sua derrota em 2019.

"Deixámos isto bem claro aos nossos amigos norte-americanos. Estamos à espera que reavaliem as suas posições", disse Yasar Güler.

Donald Trump tomará posse oficialmente na Casa Branca a 20 de janeiro.

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