No início de uma visita à China, o antigo líder da ilha (2008-2016) sublinhou a importância da "oposição à independência de Taiwan" e da cooperação para "promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito".
Ma, do partido Kuomintang (KMT, na oposição), apelou também para a defesa do "Consenso de 1992", um acordo tácito entre Taipé e Pequim que reconhece que "só existe uma China", embora cada parte o interprete de maneira diferente.
Aquele princípio é negado pelo atual partido no poder em Taiwan, o Partido Democrático Progressista.
Song Tao, responsável pelo gabinete do Governo chinês encarregue dos assuntos de Taiwan, transmitiu a Ma, e à delegação que lidera, "calorosas saudações" do Presidente chinês, Xi Jinping, apelando ao povo "de ambos os lados do estreito de Taiwan" para que dê "prioridade aos interesses da nação e ao futuro do país", noticiou a televisão estatal chinesa CCTV.
Pediu à população para que "trabalhe em conjunto para melhorar as relações entre as duas margens do estreito, manter a paz e a estabilidade na região e prosseguir o rejuvenescimento nacional".
Ma lidera uma delegação de estudantes numa viajem pelas províncias de Heilongjiang, no nordeste da China, e Sichuan, no centro, onde vão visitar locais históricos e participar em atividades culturais.
A visita decorre até 26 de dezembro.
China e Taiwan viveram um grande momento de aproximação durante a presidência de Ma, a ponto de ter realizado uma reunião histórica em Singapura com Xi, no final de 2015, a primeira entre líderes de ambos os lados do estreito em mais de 60 anos.
Ma e Xi voltaram a encontrar-se em abril deste ano, em Pequim, durante a anterior visita do antigo líder taiwanês à República Popular da China. Nessa ocasião, o Presidente chinês insistiu que "não há forças que possam separar Taiwan da China".
A viagem de Ma ocorre num contexto de crescente fricção entre a China e Taiwan, uma ilha governada autonomamente desde 1949 e considerada pelas autoridades de Pequim como uma província, que deve ser reunificada com o restante território chinês, pela força, caso seja necessário.
Na semana passada, Pequim enviou vários navios da marinha e da guarda costeira para as imediações de Taiwan e diferentes partes do Pacífico, uma operação sobre a qual a China não forneceu pormenores e que, segundo os especialistas, se destinou "a pressionar" o governo de Taiwan e a "enviar uma mensagem" à próxima administração dos Estados Unidos.
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