Esta é a primeira visita de Takeshi Iwaya à China desde que assumiu a chefia da diplomacia japonesa em outubro.
A relação com Pequim é "uma das relações bilaterais mais importantes para nós", afirmou hoje o ministro japonês. "Entre o Japão e a China, existem muitas oportunidades, mas também muitos desafios e preocupações", alertou.
China e Japão são parceiros comerciais importantes, mas as disputas históricas, bem como as tensões sobre as rivalidades territoriais no mar do Leste da China e o aumento das despesas militares têm afetado as relações nos últimos anos.
"Ambos os países têm uma grande responsabilidade pela paz e estabilidade da nossa região", afirmou Iwaya.
Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, disse hoje numa conferência de imprensa regular que a China "está disposta a trabalhar com o Japão, centrando-se nos interesses comuns, e a reforçar o diálogo e a comunicação".
"A China atribui grande importância à visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês", acrescentou.
Tóquio, um aliado de longa data dos Estados Unidos aumentou consideravelmente as suas despesas militares nos últimos anos, num contexto de manobras militares cada vez mais assertivas de Pequim, nomeadamente em torno de Taiwan, que se encontra perto da zona económica exclusiva do Japão.
A situação de segurança na região está a tornar-se "cada vez mais grave", afirmou o ministro da Defesa japonês, General Nakatani, no início de dezembro, durante uma reunião em Tóquio com o Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
O ministro japonês agradeceu igualmente a Austin o seu empenho na "dissuasão", no âmbito da aliança entre o Japão e os Estados Unidos.
Cerca de 54.000 militares norte-americanos estão estacionados no Japão, principalmente em Okinawa.
Mas o isolacionismo do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em janeiro, poderá levar a uma redução dos fundos atribuídos por Washington à segurança na região e levar o Japão a reforçar ainda mais as suas próprias capacidades militares.
Tóquio já estabeleceu o objetivo de aumentar as despesas militares para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2027.
Para além das questões de segurança, a relação sino-japonesa sofre de divergências históricas e comerciais persistentes.
A ocupação brutal de certas regiões chinesas pelo Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial continua a ser um ponto de discórdia, com Pequim a acusar Tóquio de não reconhecer nem reparar adequadamente o sofrimento infligido durante esse período.
As visitas de funcionários japoneses ao santuário Yasukuni, em Tóquio, que homenageia os mortos de guerra, incluindo os criminosos de guerra condenados, suscitam regularmente a ira de Pequim.
Em 2023, a China também suspendeu as importações de produtos do mar japoneses depois de a água tratada da central nuclear de Fukushima ter sido descarregada no Oceano Pacífico, uma decisão descrita como "egoísta" por Pequim.
Em setembro, a China anunciou que iria retomar gradualmente as importações de produtos do mar japoneses, um gesto conciliatório reiterado hoje por Mao Ning.
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