De acordo com a IATA, se o inquérito revelar que o avião foi abatido por "combatentes", os responsáveis devem ser levados à justiça.
O avião da Azerbaijan Airlines (AZAL) caiu no Cazaquistão na quarta-feira, matando 38 das 67 pessoas a bordo.
Os responsáveis azeris afirmaram que o avião foi atingido por um sistema de defesa aérea russa quando tentava aterrar em Grozny, capital da república russa da Chechénia.
"Nós endereçamos as nossas mais sinceras condolências às famílias e aos amigos das vítimas", declarou Wille Walsh, diretor-geral da IATA.
De acordo com o responsável, "por respeito às 38 pessoas que perderam a vida e por aqueles que sobreviveram", devem ser descobertas "as razões dessa catástrofe e tomadas medidas para que nunca mais se repita".
"Os aviões civis não devem nunca ser alvo intencional ou acidental de operações militares. A forte probabilidade do voo 8243 da Azerbaijan Airlines ter sido vítima de operações militares, como indicaram vários governos, entre os quais o da Rússia e do Azerbaijão, faz com que a condução de uma investigação aprofundada, transparente e imparcial seja uma prioridade absoluta", sustentou Walsh.
O diretor-geral da IATA sublinhou ainda que um relatório provisório deverá ser publicado no prazo de 30 dias.
"Se a conclusão for que esta tragédia foi obra dos combatentes, os perpetradores devem ser responsabilizados e levados à justiça", afirmou.
A IATA, com sede em Genebra, representa cerca de 340 companhias aéreas que representam mais de 80% do tráfego aéreo global.
Hoje, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, acusou a Rússia de ter atingido acidentalmente o avião, alvo de "fogo" russo, e de ter tentado inicialmente encobrir a causa do desastre, exigindo que Moscovo admitisse plenamente a sua culpa.
O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas pelo incidente e admitiu no sábado que as defesas aéreas russas estavam a operar em Grozny quando o avião tentou aterrar, antes de se desviar e cair no oeste do Cazaquistão.
As caixas-negras do avião da Azerbaijan Airlines serão enviadas para o Brasil no âmbito da investigação ao acidente, anunciaram hoje as autoridades do Cazaquistão.
"A Comissão de Investigação de Acidentes (...) decidiu enviar os gravadores de voo (caixas-negras) para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) do Brasil, que é também o país do fabricante do avião, a Embraer", indicou o Ministério dos Transportes do Cazaquistão num comunicado.
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