A manifestação, organizada quase um mês após a destituição do Presidente sírio Bashar al-Assad por uma coligação de rebeldes islâmicos, visa "pressionar as autoridades políticas libanesas para libertar todos os detidos islâmicos", disse à agência francesa France-Presse (AFP) o participante Ahmad al-Chimali.
Entre esses detidos estão libaneses que partiram para lutar na Síria ao lado de fações rebeldes e 'jihadistas' após o início do conflito, em 2011, que deixou mais de meio milhão de mortos.
Reunidos na Praça el-Nour, os manifestantes hastearam bandeiras da Shahada (fé muçulmana) caligrafadas em preto sobre um fundo branco.
"Sabemos que os islamitas [...] foram detidos durante a revolução síria [que apoiavam]", acrescentou Chimali, defendendo que a sua libertação deveria ser "normal" agora que "o regime na Síria caiu".
Video shows hundreds of people on Sunday rallying in the streets of Lebanon's Tripoli city to demand that authorities release Islamists detained during the civil war in Syria pic.twitter.com/c7XF45lTmO
— The New Region (@thenewregion) January 5, 2025
Os protestos de familiares de detidos islamitas foram retomados no Líbano depois de Assad ter fugido, em 8 de dezembro, reavivando as esperanças de uma amnistia no Líbano.
No final de dezembro, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse, depois de receber uma delegação de familiares destes detidos, que o caso, aberto há anos, deveria ser resolvido "definitivamente".
O chefe do executivo acrescentou ter ordenado uma inspeção às prisões enquanto se aguarda uma decisão do Parlamento sobre uma possível amnistia geral, exigida pelos familiares dos detidos.
Trípoli, a segunda maior cidade do Líbano, foi abalada por confrontos mortais envolvendo islamitas na sequência do conflito que começou em 2011 na Síria.