No domingo, foram transportados 70 dos condenados, disse o ministro da Justiça congolês Constant Mutamba, que se juntaram a 102 outros prisioneiros que já tinham sido enviados para a prisão de Angenga, na província de Mongala, no norte do país.
Os homens foram condenados por assalto à mão armada e são conhecidos localmente como 'Kulunas' ou bandidos urbanos.
Têm idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, declarou Mutamba num comunicado em que não especificou quando é que as execuções iriam ocorrer.
Alguns cidadãos saudaram a medida como um meio de restaurar a ordem e a segurança nas cidades, enquanto outros estão preocupados com os riscos de abusos e violações dos direitos humanos.
"Felicitamos esta decisão do ministro porque vai ajudar a pôr termo à criminalidade urbana. A partir das 20h00, não se pode circular livremente porque se tem medo de encontrar um 'Kuluna'", disse à Associated Press Fiston Kakule, um residente da cidade de Goma, no leste do país.
Por outro lado, Espoir Muhinuka, um ativista dos direitos humanos, alertou para a possibilidade de execuções extrajudiciais e apelou a um respeito rigoroso pelos procedimentos judiciais e pelas garantias fundamentais, pois receia que a pressão política possa conduzir a condenações injustas e a execuções arbitrárias.
"A situação na RDCongo é complexa e exige uma abordagem multidimensional. A luta contra os gangues urbanos deve ser acompanhada de esforços para combater a pobreza, o desemprego e a exclusão social, que são frequentemente fatores que contribuem para a criminalidade", afirmou.
A RDCongo, país vizinho de Angola, aboliu a pena de morte em 1981, mas esta foi reintroduzida em 2006. A última execução ocorreu em 2003.
Em março de 2024, o Governo congolês anunciou o reinício da pena capital em casos de traição por parte de militares. Em maio, oito soldados foram condenados à morte e, em julho, mais 25 soldados foram condenados por crimes semelhantes.
Todavia, não se sabe se algum deles foi executado.
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