Coreia do Sul. Advogados desmentem fuga de presidente deposto

Os advogados do presidente deposto da Coreia do Sul negaram hoje que Yoon Suk-yeol esteja em fuga, como alega a oposição.

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© TATAN SYUFLANA/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
08/01/2025 08:13 ‧ há 18 horas por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

As declarações da equipa jurídica surge numa altura em que as autoridades preparam uma segunda operação para tentar deter Yoon, depois da execução de um primeiro mandado de detenção ter falhado, na sexta-feira, devido a um bloqueio da segurança na residência presidencial.

 

Os advogados encontraram-se com Yoon na residência na terça-feira à noite, disse, em conferência de imprensa, a equipa jurídica do presidente deposto, que está a ser investigado por ter declarado lei marcial em 03 de dezembro.

Um dos advogados, Yun Gap-keun, insistiu que a defesa de Yoon continua a recusar-se a acatar uma investigação baseada naquilo a que voltou a chamar de mandado de detenção inválido e ilegal contra o dirigente, destituído pela Assembleia Nacional a 14 de dezembro.

"O que é claro é que se o Gabinete de Investigação da Corrupção [CIO] solicitar o mandado [de detenção] a um tribunal do Distrito Ocidental de Seul, que está fora da jurisdição, não o podemos aceitar", disse Yun, sublinhando que o poder para julgar a alegada insurreição de Yoon cabe aos tribunais do Distrito Central de Seul, os principais tribunais do país.

Yun fez estas declarações depois de, na terça-feira, ter sido concedida ao CIO uma prorrogação do prazo de execução de uma ordem de detenção emitida por um tribunal da área ocidental da capital sul-coreana.

Os advogados do presidente deposto também insistiram que a investigação do alegado crime de insurreição não é da responsabilidade do CIO, mas sim do Ministério Público.

As divergências entre o gabinete anticorrupção e o Ministério Público remontam ao tempo de Yoon Suk-yeol como procurador-geral.

O CIO foi criado pelo anterior governo liberal, em 2021, para limitar os poderes do Ministério Público na investigação de titulares de altos cargos da administração pública, depois de uma investigação de Yoon ter levado à demissão do então ministro da Justiça.

A sucessora no cargo criou então o CIO, que, por sua vez, forçou a demissão do atual presidente deposto.

Três meses depois, Yoon candidatou-se pelos conservadores (Partido do Poder do Povo, PPP) às eleições de 2022, conduzindo ao cenário atual, marcado por um profundo ressentimento entre as agências e os dois principais partidos políticos, o PPP e o Partido Democrático.

Leia Também: Tribunal Constitucional? Ex-Presidente sul-coreano pretende testemunhar

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