Em declarações transmitidas na televisão pública, o porta-voz do Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, Abderaman Koulamallah, disse que o ataque, que ocorreu na noite de quarta-feira, resultou em 18 mortos e seis feridos entre os atacantes.
"Pela nossa parte, lamentamos uma morte e três feridos, um deles com gravidade", acrescentou Koulamallah.
Segundo o porta-voz, os atacantes eram "pessoas drogadas, sem armas de guerra (armas de fogo), de um distrito de N'Djamena" que "estavam armadas com facas e tinham vários amuletos".
De acordo com o responsável, os atacantes chegaram ao palácio presidencial num autocarro que aparentemente avariou mesmo em frente ao edifício, saíram e esfaquearam quatro seguranças, um dos quais morreu.
"Conseguiram entrar na Presidência. Um dos guardas começou a disparar. Isso alertou os outros guardas posicionados na área circundante", disse.
Depois de o tiroteio ter feito soar o alarme em N'Djamena, o porta-voz garantiu na quarta-feira à noite, num vídeo publicado na sua página de Facebook, que a situação estava controlada.
"Estou atualmente na Presidência da República, onde a situação foi completamente neutralizada. Não há medo, nada de grave. A situação está controlada", disse, ladeado por soldados armados.
Koulamallah desmentiu assim as informações divulgadas pelo portal de notícias Tchad 24, que, citando como fonte a Agência de Segurança Nacional (ANSE, serviço de informações), afirmou tratar-se de membros do grupo jihadista nigeriano Boko Haram, que por vezes realiza atentados no Chade.
Vídeos partilhados por soldados da guarda presidencial e publicados nas redes sociais logo após os confrontos mostram corpos dos agressores no recinto do palácio presidencial.
O porta-voz do Governo não esclareceu se o Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, estava no palácio durante o incidente, que ocorreu horas depois de o chefe de Estado ter recebido o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que chegou ao Chade vindo da República do Congo, no âmbito da sua viagem a África.
A 29 de dezembro, o país realizou eleições legislativas, provinciais e locais pacíficas, sem grandes incidentes, as primeiras desde 2011.
No entanto, a oposição boicotou as eleições, considerando-as ilegítimas e não livres e justas.
Déby Itno, de 40 anos, assumiu o poder a 20 de abril de 2021 após a morte do pai, o também marechal Idriss Déby Itno, morto em combates com grupos rebeldes, segundo a versão oficial. O seu filho foi imediatamente nomeado Presidente de transição e liderou o país durante este período de três anos, durante o qual reprimiu, por vezes violentamente, a oposição antes de ser eleito.
[Notícia atualizada às 08h35]
Leia Também: MNE chinês visita Namíbia, República do Congo, Chade e Nigéria