A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, apelou para "que se nomeie um primeiro-ministro e se forme um Governo sem demora" e sustentou que "os desafios que o Estado libanês enfrenta são demasiado monumentais para se perder mais tempo".
"Chegou o momento de todos os decisores políticos colocarem os interesses do Líbano acima de todas as considerações pessoais ou políticas", declarou, segundo um comunicado divulgado pelo seu gabinete após a votação no parlamento.
Acrescentou que a eleição do novo Presidente "oferece uma esperança renovada e uma oportunidade para abrir caminho ao progresso" e para "consolidar o fim das hostilidades" com Israel, em vigor desde finais de novembro por um período de 60 dias.
Na nota de imprensa, a coordenadora especial da ONU argumentou que a nomeação do Presidente da República deve também servir para "preservar a segurança e a estabilidade do Líbano", incluindo "o reforço da autoridade do Estado em todo o Líbano e o avanço de reformas abrangentes e sustentáveis", e para "dar ao povo libanês as instituições estatais funcionais que merece".
"As Nações Unidas esperam trabalhar com o Presidente Aoun e as autoridades competentes para apoiar o Líbano na adoção de medidas significativas e mensuráveis nessa direção", afirmou Hennis-Plasschaert no comunicado, minutos depois da posse do novo Presidente perante o parlamento libanês.
Aoun foi eleito novo Presidente do Líbano após mais de dois anos de vazio no cargo, na sequência do fim do mandato de Michel Aoun -- sem qualquer relação familiar com o novo titular - e num contexto de críticas sobre uma possível violação da Constituição, por ser eleito enquanto se encontra ainda a comandar as Forças Armadas.
Vários deputados criticaram duramente a situação durante a sessão parlamentar, afirmando tratar-se de uma violação da lei fundamental do Estado, que deveria ser alterada para permitir que Aoun possa assumir o cargo, uma vez que atualmente impede a eleição como Presidente de qualquer pessoa que tenha ocupado um cargo de responsabilidade durante os dois anos anteriores.
A eleição ocorreu após 12 tentativas falhadas, devido ao impasse legislativo entre os blocos liderados pelo Hezbollah e os seus opositores, que foi finalmente quebrado no âmbito do cessar-fogo acordado no final de novembro com Israel e perante a pressão internacional para pôr fim ao vazio na presidência, considerado fundamental para tirar o país da profunda crise económica e social em que há anos se encontra.
Leia Também: UE felicita Joseph Aoun pela eleição enquanto Presidente libanês