"Para a UE, é essencial proteger e reforçar os direitos e valores democráticos fundamentais, fazer com que a nossa economia seja mais competitiva e sustentável, e expandir a nossa rede global de parcerias, e investir mais na nossa segurança", escreveram António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, na rede social X, num contexto de declarações polémicas feitas por Donald Trump em relação a Bruxelas e alguns Estados-membros.
Trump, que em 20 de janeiro regressa à Casa Branca depois de um interregno de quatro anos, tem ameaçado com a imposição de tarifas às exportações europeias, a par de críticas à Aliança Atlântica e mais recentemente alusões a ocupar a Gronelândia, um território que pertence à Dinamarca, país-membro da UE e da NATO.
Os Estados Unidos da América e 23 dos 27 Estados-membros da UE também pertencem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
No comunicado, Costa e von der Leyen, tomam uma posição conjunta assumindo que "a UE vai proteger sempre os seus cidadãos e a integridade das democracias e liberdades" dos países-membros.
The US is one of our closest partners and we are committed to strengthening the Transatlantic bond.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) January 9, 2025
For the EU it is essential to protect and strengthen our fundamental democratic values, make our economy more competitive and sustainable, expand our global network of…
Na posição divulgada no X e noutras redes sociais, Costa e von der Leyen acrescentaram que esperam um "diálogo positivo" com a administração do republicano, baseado em "valores e interesses comuns".
"Num mundo difícil, a Europa e os Estados Unidos da América são mais fortes juntos", alertaram os líderes europeus, reconhecendo que Washington é um dos "parceiros mais próximos" da UE e que é necessário "fortalecer os laços transatlânticos".
Também o chanceler alemão, Olaf Scholz, comentou na quarta-feira as últimas declarações do Presidente eleito dos Estados Unidos sobre uma hipotética anexação da Gronelândia.
Olaf Scholz reconheceu que conversou com líderes de outros países europeus e que a generalidade disse haver uma "falta de compreensão" sobre as declarações de Trump.
O chanceler alemão saiu em defesa da NATO, enaltecendo a importância acrescida do bloco transatlântico neste momento e disse que os Estados-membros estão a trabalhar para aumentar o investimento em defesa - referindo-se à sugestão de Trump de que os 2% do Produto Interno Bruto em defesa deviam passar para 5%.
Em simultâneo, o empresário norte-americano Elon Musk, um dos principais aliados de Trump e que deverá encabeçar uma agência do governo na próxima administração, está a importunar os líderes europeus, pela sua interferência nos debates políticos nacionais na UE.
O empresário que encabeça a Tesla e que é detentor da rede social X, amplamente utilizada por Ursula von der Leyen, está a ser criticado por apoiar movimentos e partidos de extrema-direita europeus, incluindo o alemão AfD, em vésperas de decisivas eleições na Alemanha.
[Notícia atualizada às 19h52]
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