Malala Yousafzai diz que Israel "dizimou" educação em Gaza

A ativista paquistanesa e Prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai disse hoje que Israel "dizimou o sistema educativo em Gaza" e apelou aos líderes muçulmanos para que não deem "legitimidade" aos talibãs que governam o Afeganistão.

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Lusa
12/01/2025 09:58 ‧ há 2 horas por Lusa

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Médio Oriente

Malala, que falou numa cimeira na capital do Paquistão, sobre a educação das raparigas, disse que "em Gaza, Israel dizimou todo o sistema educativo. Bombardearam todas as universidades" e "atacaram indiscriminadamente civis que se abrigavam nas escolas".

 

"Continuarei a denunciar as violações israelitas do direito internacional e dos direitos humanos", acrescentou, citada pela AFP, perante dezenas de representantes de países muçulmanos reunidos na capital paquistanesa.

"As crianças palestinianas perderam as suas vidas e o seu futuro", denunciou Malala Yousafzai.

"Uma rapariga palestiniana não pode ter o futuro que merece se a sua escola for bombardeada e a sua família morta", declarou.

Israel justifica as suas ações afirmando que os combatentes do Hamas estão escondidos nas escolas de Gaza, onde as famílias também se estão a refugiar.

Malala apelou ainda aos líderes muçulmanos para que não deem "legitimidade" aos talibãs que governam o Afeganistão.

"Para simplificar, os talibãs não consideram as mulheres como seres humanos", afirmou.

"Escondem os seus crimes sob justificações culturais e religiosas", vincou.

"Enquanto líderes muçulmanos, é tempo de erguerem a vossa voz, de usarem o vosso poder. Podem mostrar verdadeira autoridade", apelou.

Desde o regresso dos talibãs ao poder em 2021, o Afeganistão é o único país do mundo onde as raparigas e as mulheres não podem frequentar o ensino secundário ou a universidade.

O governo talibã foi convidado para a cimeira da educação, mas nenhum responsável compareceu, segundo Islamabad. Contactadas pela AFP, as autoridades afegãs não fizeram qualquer comentário imediato.

A ONU denunciou um "apartheid de género" imposto pelos talibãs desde o seu regresso ao poder, o que estes negam, alegando que a lei islâmica "garante" os direitos dos homens e das mulheres no país.

Malala Yousafzai foi atacada em 2012 pelos talibãs paquistaneses num autocarro escolar no remoto vale de Swat, perto da fronteira com o Afeganistão.

Os talibãs paquistaneses e afegãos são dois grupos diferentes, mas têm uma relação próxima e partilham uma ideologia semelhante, que despreza a educação das raparigas.

A ativista só regressou ao Paquistão algumas vezes desde a sua evacuação, há 12 anos, para o Reino Unido, onde vive atualmente e se tornou uma porta-voz mundial da educação das raparigas.

Em 2014, tornou-se a mais jovem vencedora do Prémio Nobel da Paz, atribuído aos 17 anos.

Leia Também: Trump envia emissário ao Qatar para discutir trégua em Gaza

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