No seu primeiro discurso, Nawaf Salam garantiu "que a autoridade do Estado libanês se estender em todo o seu território" e que irão "trabalhar seriamente para a plena implementação da Resolução 1701 das Nações Unidas", que apela ao Hezbollah para se retirar do poder no sul do Líbano, e para a saída total de Israel do Líbano.
No final deste mês, expira o acordo de 60 dias que pôs fim à recente guerra entre o Estado judaico e o grupo xiita libanês Hezbollah, um pacto que deverá ser renovado por mais dois meses e que estipula a retirada das tropas israelitas das áreas do território libanês ocupadas durante a sua ofensiva.
Do lado libanês, exige a retirada do Hezbollah da faixa de fronteira e a sua substituição por um reforço do Exército libanês para garantir que não haja armas nas mãos de atores não estatais naquela região.
Salam afirmou que está a contactar todos os partidos para salvar o país atingido pela crise, depois de garantir o apoio da maioria parlamentar, com exceção do Hezbollah e do seu aliado, o Amal.
"Não sou um homem que exclui, mas um homem que reúne", sublinhou Salam.
O primeiro-ministro libanês referiu ainda que "estende a mão a todos, para começarem juntos a missão de resgate, reformas e reconstrução" do país, após uma guerra devastadora entre o Hezbollah e Israel no ano passado, num país cuja economia já estava muito debilitada desde 2019.
O novo primeiro-ministro reconheceu ainda que os maiores desafios do seu mandato serão os que decorrem da guerra com Israel e prometeu reconstruir as zonas afetadas pela intensa campanha aérea israelita lançada contra o país entre setembro e novembro.
"O governo que irei formar deve desenvolver um programa integrado para construir uma economia moderna e produtiva, que ofereça oportunidades de emprego para as gerações futuras", disse Salam.
Por outro lado, prometeu ainda trabalhar pela responsabilização no caso da explosão no porto de Beirute em 2020, que matou mais de 200 pessoas e cuja investigação está bloqueada há anos por antigos altos funcionários que foram acusados neste caso.
"Depois de sofrer com a agressão israelita e a crise económica, é tempo de começar um novo capítulo (...). Um capítulo baseado na justiça, segurança, progresso e oportunidades para que o Líbano seja um país de pessoas livres com igualdade de direitos e deveres", concluiu.
Nawaf Salam foi nomeado na segunda-feira, apenas quatro dias depois de o Parlamento ter também escolhido o novo Presidente do país, Joseph Aoun - dois anos após a saída do último chefe de Estado.
Leia Também: Guterres fará visita solidária ao Líbano esta semana