Marco Fonseca, diretor da Rádio de Cabo Verde (RCV), citado pela Inforpress -- Agência Cabo-verdiana de Notícias, exprimiu "total apoio e confiança" a Carlos Santos, jornalista da rádio pública, que continuará a desempenhar as suas funções.
Em causa está o programa "Bom Dia Cabo Verde", em que, segundo o MpD, as intervenções do jornalista "têm-se caracterizado por uma grande falta de rigor" e em que, "frequentemente", convida "pessoas para descredibilizar, pôr em causa ou lançar dúvidas sobre os convidados anteriores, quando estes estão próximos do partido".
O diretor da RCV afirmou estar à espera de um pronunciamento da Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARC) e dos tribunais, acrescentando que a direção da rádio pública "não vê razão para a existência de um documento emitido pelo MpD atacando um jornalista".
"Nós não podemos interferir na liberdade de imprensa de ninguém, é um direito garantido pela Constituição e cada um expressa as suas opiniões. Mas, pela nossa análise, não vimos nenhum facto, de concreto, que possa configurar algo ilícito no programa ou nas intervenções de quem participou", disse.
Reiterou ainda que o programa "não colocou em causa a honra, o bom nome, a imagem ou a intimidade pessoal de ninguém".
O MpD formalizou uma queixa à ARC contra a RCV na quinta-feira, acusando a rádio de alegada falta de isenção e pluralismo na escolha dos convidados, na condução do programa matutino e, entre outros pontos, em relação ao conteúdo partilhado por Carlos Santos no seu perfil pessoal no Facebook.
Contactado pela Lusa, o jornalista Carlos Santos remeteu quaisquer declarações para um momento oportuno.
Diretor da RCV por duas vezes, desde 2006, Carlos Santos já presidiu também à Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) e lançou, em 2017, o livro "O Megafone do Poder", sobre a evolução da comunicação social no país, questionando "fragilidades" das políticas públicas para o setor, por parte de "praticamente todos" os governos.
A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) anunciou hoje estar contra aquilo que classifica como uma tentativa "de intimidação" por parte do partido no poder.
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