De acordo com com a TV Qahera, 70 dos prisioneiros libertados por Telavive chegaram ao lado egípcio da fronteira de Rafah com a Faixa de Gaza.
A libertação de 200 presos palestinianos faz parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, tendo, em troca, sido libertadas hoje quatro mulheres militares que estavam reféns desde o ataque inicial do Hamas, a 07 de outubro de 2023.
Da lista de duas centenas de detidos a libertar por Israel até ao final do dia de hoje, constam 121 que cumpriam penas perpétuas, segundo uma lista divulgada pelo Hamas. O grupo islamita indicava ainda que, destes, 70 seriam expulsos de Gaza e da Cisjordânia, mas não referia para onde iriam.
Os militantes mais notórios que estão a ser libertados incluem Mohammad Odeh, de 52 anos, e Wael Qassim, de 54, ambos de Jerusalém Oriental, acusados de realizar uma série de ataques mortais do Hamas contra israelitas, incluindo um atentado bombista num café na Universidade Hebraica de Jerusalém, em 2002, que matou nove pessoas, incluindo cinco cidadãos norte-americanos.
Esta manhã, os militantes do Hamas entregaram quatro soldados israelitas reféns à Cruz Vermelha, na Cidade de Gaza, depois de as exibirem perante uma multidão.
As quatro sorriram e acenaram num palco na Praça Palestina, na Cidade de Gaza, com militantes de ambos os lados e uma multidão de milhares de pessoas a assistir, tendo depois sido levadas aos veículos da Cruz Vermelha, que as aguardavam.
A libertação das militares israelitas não agradou totalmente a Telavive, tendo o Governo de Benjamin Netanyahu acusado o Hamas de violar o acordo de cessar-fogo ao libertar reféns militares antes de civis.
"O Hamas não cumpriu com as suas obrigações de primeiro libertar as mulheres civis israelitas", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, numa breve declaração feita logo após a confirmação de que as reféns tinham entrado em território israelita.
Já na sexta-feira à noite, quando o Hamas anunciou que iria libertar quatro mulheres soldados, que foram raptadas da base militar de Nahal Oz, a 07 de outubro de 2023, Israel manifestou a sua discordância, alegando que uma das condições do acordo era que as mulheres civis teriam prioridade na libertação.
No entanto, garante a agência de notícias espanhola Efe referindo ter tido acesso aos documentos, nenhuma cláusula menciona esta prioridade.
O cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo passado após 15 meses de conflito, visa pôr fim à guerra mais mortífera e destrutiva alguma vez travada entre Israel e o Hamas.
O frágil acordo tem-se mantido até agora, silenciando os ataques aéreos e os 'rockets' e permitindo a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Desde o início da trégua, foram libertados três reféns mantidos pelos Hamas em troca de 90 prisioneiros palestinianos, todos mulheres e crianças.
A guerra começou com um ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas, a 07 de outubro de 2023, quando militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fizeram cerca de 250 reféns.
Mais de 100 reféns foram libertados numa trégua de uma semana feita no mês seguinte. Mas dezenas permaneceram em cativeiro durante mais de um ano, sem contacto com o exterior.
Israel acredita que pelo menos um terço dos mais de 90 prisioneiros que ainda estão em Gaza foram mortos no ataque inicial ou morreram no cativeiro.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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