"Os nossos compatriotas, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, receberam acompanhamento psicológico e orientação sobre o sistema de saúde, entre outros serviços", bem como apoio "para facilitar a sua reinserção na sociedade peruana", referiu o Ministério das Relações Exteriores peruano, num comunicado oficial.
O grupo, que chegou num voo especial ao aeroporto internacional de Lima, tem registo de "violações da lei de imigração" nos Estados Unidos, segundo a diplomacia peruana.
As autoridades peruanas tinham anunciado antes que esperavam a deportação de 74 migrantes acolhidos num centro de retenção da cidade de San Diego, na Califórnia, contabilizando ainda outros 425 detidos em vários centros na fronteira sul dos Estados Unidos.
Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores peruano, Elmer Schialer, disse que estava a negociar com as autoridades dos Estados Unidos no sentido de garantir o respeito pelo "padrões internacionais de dignidade humana".
O chefe da Direção Geral das Comunidades Peruanas no Exterior e Assuntos Consulares, Pedro Bravo, garantiu, por seu lado, que os 16 consulados peruanos nos Estados Unidos estão a acompanhar a situação dos detidos e a prestar-lhes assessoria jurídica.
Segundo dados oficiais, cerca de 320 mil peruanos estão em situação migratória irregular nos Estados Unidos.
Outros países já estão a receber cidadãos deportados dos Estados Unidos: por exemplo, ao México já regressaram 6.244 migrantes, só nas duas primeiras semanas da presidência de Trump.
Empossado a 20 de janeiro, Trump anunciou uma política de deportações em massa de quem não tem documentos para permanecer nos Estados Unidos.
Segundo dados oficiais, as autoridades de imigração dos Estados Unidos detiveram, só na primeira semana do mandato de Trump, pelo menos 2.382 imigrantes indocumentados e emitiram 1.797 mandados de captura para cidadãos sujeitos a deportação.
Entretanto, Trump assinou, esta semana, uma autorização para, antes da deportação, reter os imigrantes na base de Guantánamo, anteriormente usada como prisão para suspeitos de terrorismo.
O Serviço de Imigração e Alfândega norte-americano (ICE, na sigla em inglês) utilizará uma base militar no estado do Colorado para o mesmo fim.
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos já se pronunciou, lembrando o Presidente dos Estados Unidos de que a detenção de migrantes, mesmo em situação irregular, deve ser um último e excecional recurso.
"Os migrantes têm direitos humanos e estes devem ser respeitados onde quer que estejam. A detenção de migrantes só pode ser utilizada como último recurso e em circunstâncias excecionais", alertou, na sexta-feira, o porta-voz para os Direitos Humanos da organização, Jeremy Laurence.
É também da responsabilidade dos Estados onde os migrantes estão localizados "garantir que são tratados de acordo com as normas internacionais de direitos humanos", acrescentou.
Leia Também: Honduras recebem na sexta-feira 126 migrantes repatriados dos EUA