O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, deixou um alerta aos Estados Unidos, depois de o presidente, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva para impor sanções ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
"Esperemos que não afetem a capacidade do tribunal para fazer justiça às vítimas da agressão russa", declarou o porta-voz da tutela em causa, Georgiy Tykhy.
A ordem executiva em causa foi assinada na mesma altura que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou os Estados Unidos, tornando-se no primeiro líder internacional a visitar Trump desde que este assumiu a Presidência, no mês passado.
Esta foi também a primeira visita de Netanyahu para fora de Israel desde que o TPI emitiu mandados de captura em novembro para o chefe do governo israelita, o seu ex-ministro da Defesa e o antigo líder militar do Hamas, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra relacionados a guerra na Faixa de Gaza.
A medida da administração de Donald Trump surge após os democratas, em minoria no Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), terem bloqueado na semana passada uma tentativa liderada pelos republicanos de sancionar o TPI, em resposta aos mandados de detenção contra os líderes israelitas.
"O TPI condena a emissão pelos Estados Unidos de uma ordem executiva destinada a impor sanções aos funcionários e a prejudicar o seu trabalho judicial independente e imparcial", reagiu o tribunal num comunicado divulgado na respetiva página na internet.
O tribunal disse que se mantém firme na defesa dos seus funcionários e comprometeu-se "a continuar a fazer justiça e a dar esperança a milhões de vítimas inocentes de atrocidades" em todo o mundo.
"Apelamos aos nossos 125 Estados Partes, à sociedade civil e a todas as nações do mundo para que se mantenham unidos em prol da justiça e dos direitos humanos fundamentais", acrescentou.
O TPI, criado pelo Estatuto de Roma, é um tribunal internacional encarregado de julgar indivíduos acusados de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio.
Os Estados Unidos, a China, a Rússia e Israel não são membros do tribunal e, por conseguinte, não reconhecem a sua jurisdição.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
[Notícia atualizada às 18h31]
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