Noboa, da aliança conservadora Ação Democrática Nacional (ADN), lidera com 45,41% dos votos já contados, segundo resultados parciais das eleições presidenciais.
De acordo com os dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, a candidata do partido de esquerda Revolução Cidadã, Luísa González, tinha 42,23% dos votos.
Cerca de três horas e meia após o fecho das urnas, estavam contados cerca de 40% das urnas.
Caso nenhum dos candidatos obtenha pelo menos metade dos votos, o Equador irá a uma segunda volta entre Noboa e González, que já se enfrentaram nas eleições de 2023, realizadas após a demissão antecipada do então presidente Guillermo Lasso.
Uma sondagem realiza à boca das urnas chegou a prever inicialmente que Noboa venceria à primeira volta.
Os outros 14 candidatos seguem muito atrás dos dois favoritos.
O terceiro candidato mais votado, com 4,88%, é o líder indígena Leónidas Iza, denunciou o tratamento favorável a Noboa na preparação das eleições.
"[O país] tolerou a violação da Constituição, tendo o Governo gasto mais de 130 milhões de dólares [126 milhões de euros] neste processo eleitoral. Quem pode competir com esta máquina eleitoral e com os recursos do Estado?" questionou Iza.
Também Luísa González denunciou irregularidades nas eleições e pediu à população e aos seus apoiantes para estarem atentos aos resultados, depois de votar no domingo em Canuto, cidade rural na província costeira de Manabí, onde cresceu.
Mais de 13,7 milhões de eleitores equatorianos foram às urnas para eleger o Presidente e os parlamentares da Assembleia Nacional, numa altura em que o país continua assolado pela violência relacionada com o tráfico de drogas.
Luísa González assegurou que os observadores internacionais que estão a acompanhar o processo "conhecem as irregularidades que foram cometidas a partir do momento em que o 'presidente-candidato' não pediu a suspensão do cargo", em referência à recusa de Noboa de se afastar do cargo de Presidente durante a campanha eleitoral.
O Código de Democracia do Equador (lei eleitoral) estabelece que quem se candidata à reeleição imediata deve solicitar uma suspensão do cargo e, no caso do Presidente, está estabelecido que deve ser substituído pelo vice-presidente.
No entanto, Noboa não solicitou a suspensão durante o período de campanha eleitoral, que decorreu de 05 de janeiro a 06 de fevereiro, e, em vez de delegar a presidência na vice-presidente Verónica Abad, delegou-a em Cynthia Gellibert, secretária da Administração Pública.
Os decretos em que Noboa delegou a presidência em Gellibert foram declarados inconstitucionais e deram razão a Abad, mas o executivo reafirmou a sua posição.
O chefe da missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) no Equador, o eurodeputado espanhol Gabriel Mato, disse que as primeiras horas das eleições gerais no Equador decorreram "tranquilamente", apesar de "certos atrasos" na montagem das mesas e na abertura dos centros de voto.
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