"Trump diz 'queremos falar [com o Irão]', e assina num memorando conspirações para pôr a nossa Revolução de rastos", disse Pezeshkian a uma multidão reunida em Teerão.
O chefe de Estado iraniano referia-se a um texto assinado na terça-feira pelo Presidente norte-americano que prevê novas sanções contra Teerão, sobretudo contra o setor petrolífero.
"Não estamos à procura da guerra", disse Pezeshkian, admitindo, no entanto, que o seu país "nunca se curvará".
Os iranianos celebram hoje o 46º aniversário da vitória da República Islâmica, marchando pelas ruas de Teerão e por todo o país.
"A América pensa que pode colocar o Irão de joelhos criando divisões" entre os componentes da nação iraniana", criticou o Presidente iraniano no seu discurso.
Desde o início da manhã que a televisão estatal transmite imagens em direto de pessoas nas ruas das cidades e vilas, acompanhadas por música pop e hinos patrióticos.
Em Teerão, os habitantes começaram a dirigir-se para o principal ponto de encontro, em redor da emblemática torre Azadi ("liberdade" em persa), situada na zona ocidental da capital.
Anteriormente conhecida como Praça Shahyad (palavra persa para "memória" do Xá), o edifício foi construído para assinalar os 2.500 anos do Império Persa.
Nas ruas de Teerão, estavam expostas réplicas de mísseis de fabrico iraniano e outros equipamentos militares.
Gritando 'slogans' antiamericanos e anti-israelitas, as pessoas também saíram às ruas em Shiraz e Bandar Abbas (sul), Rasht (norte), Mashhad (leste) e Kermanshah e Sanandaj (oeste), de acordo com imagens televisivas.
Muitas vezes em grupos familiares, os iranianos transportam bandeiras com as cores verde, branca e vermelha e de grupos pró-iranianos, incluindo o Hezbollah no Líbano, bem como retratos do líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei.
As celebrações que assinalam a queda da monarquia Pahlavi começam todos os anos a 31 de janeiro, aniversário do regresso do 'ayatollah' Ruhollah Khomeini a Teerão, em 1979, vindo do exílio em Paris.
Nos últimos dias, muitos responsáveis da República Islâmica instaram a nação a participar em grande número nas celebrações, após o regresso ao poder de Donald Trump, que defende uma política designada como "pressão máxima" sobre Teerão.
Esta política, adotada na semana passada, já tinha sido aplicada durante o seu primeiro mandato, com o objetivo de impedir que o país persa adquira uma arma nuclear e de forma a limitar as exportações de petróleo.
O Presidente dos Estados Unidos disse estar a assinar o documento porque "o mundo inteiro quer" e garantiu esperar não ter de o usar.
Trump indicou que está disposto a negociar com Teerão e até mesmo a conversar com o Presidente iraniano, Masud Pezeshkian.
Mohajerani não comentou a afirmação de Trump sobre a existência de um plano iraniano para o assassinar.
O Departamento de Justiça anunciou em novembro que tinha frustrado uma conspiração iraniana para assassinar Donald Trump antes da eleição presidencial, algo que Teerão negou repetidamente.
O republicano impôs a chamada "política de pressão máxima" contra Teerão durante o seu primeiro mandato (2017-2020) e abandonou o pacto nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear do país em troca do levantamento das sanções.
Desde a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear, o Irão enriqueceu urânio muito além do nível permitido e agora possui 182,3 quilos enriquecidos com 60% de pureza, perto de 90% usados para fins militares, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
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