O corpo de 28 migrantes oriundos da África subsariana foram encontrados em uma vala comum, perto de um centro de detenção "ilegal", na região de Koufra, no extremo sudeste da Líbia, tinham indicado em 09 de fevereiro os serviços do procurador-geral líbio.
"À luz destas novas descobertas, e no seguimento do relatório publicado no ano passado pelo Tribunal de Contas europeu a constatar o fracasso dos financiamentos da UE à Líbia, perante os riscos para os direitos humanos, a UE deve tomar medidas quanto à Líbia", escreveram, em comunicado, organizações como CCFD-Terre Solidaire, Human Rights Watch, Sea-Watch, Community Rights in Greece ou ainda a Egyptian Human Rights Forum.
Os signatários recordam que a Comissão Europeia anunciou recentemente ter tomado medidas para reexaminar os acordos de financiamento com a Tunísia, depois da revelação de violações dos direitos humanos pelas suas forças de segurança, e apelou a que fizesse o mesmo agora com a Líbia.
"Parece claramente que os financiamentos da UE, bem como dos Estados membros, entre os quais Itália e França, à Líbia, não realizaram a promessa de melhorar as condições de vida das pessoas que procuram alcançar a segurança", denunciaram.
"As somas afetadas a estes financiamentos deveriam ser utilizadas em salvar vidas e permitir alternativas às viagens perigosas feitas pelas pessoas que fogem da Líbia, com a abertura de vias de passagem seguras", defenderam.
A Líbia vive um caos político e de segurança desde o derrube do regime de Muammar Kadhafi, em 2011.
Dezenas de milhares de migrantes, em busca da segurança na Europa, são aí sujeitos aos traficantes, quando não morrem na perigosa travessia no Mediterrâneo.
Já em março de 2024, uma vala comum com "pelo menos 65 corpos de migrantes" foi descoberta no sudoeste líbio, segundo a Organização Internacional das Migrações.
Leia Também: Repórteres Sem Fronteiras exigem proteção dos jornalistas na Líbia
