Myanmar. Novos ataques do exército causam 12 mortos e 30 feridos

As forças birmanesas mataram hoje 12 civis e feriram 30 em novos ataques nas cidades de Myaing e Pauk, no estado ocidental de Magway, denunciou um portal de notícias local.

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Lusa
05/03/2025 14:53 ‧ há 5 dias por Lusa

Mundo

Myanmar

Membros de grupos rebeldes que operam na área disseram ao portal Mizzima que um dos ataques teve como alvo um campo petrolífero em Latpanto, perto da fronteira entre Myaing e Pauk.

 

Os ataques ocorreram durante a noite, segundo as mesmas fontes citadas pela agência espanhola Europa Press.

"Nesta fase, não podemos confirmar se há crianças entre as vítimas mortais", disse um porta-voz das forças rebeldes que lutam contra a junta militar no poder em Myanmar desde o golpe de Estado de 2021.

"Quatro dos mortos são residentes em Baung Bin e Myaing, enquanto os outros são trabalhadores de campos petrolíferos", acrescentou a mesma fonte.

O porta-voz disse ainda que o exército utilizou caças para lançar várias bombas, que também atingiram um campo de arroz em e um mosteiro.

Os feridos foram levados para instalações médicas, onde foram identificados por familiares.

Os grupos rebeldes começaram a isolar a área e alertaram para a presença de vítimas gravemente amputadas.

Os residentes manifestaram o receio de que tais ataques se possam repetir num futuro próximo, segundo a Europa Press.

A antiga Birmânia está mergulhada numa grave crise desde o golpe de Estado que permitiu o regresso dos militares ao poder.

O Governo de Unidade Nacional declarou em setembro de 2021, a partir do exílio, "uma guerra defensiva do povo" contra a junta militar.

Também apelou aos cidadãos "de todos os cantos do país" para que se revoltassem contra os militares que tinham tomado o poder, o que conduziu a uma guerra civil.

Uma organização humanitária denunciou hoje que os combates entre o exército e os grupos de rebeldes junto a locais de projetos chineses, na zona ocidental de Myanmar, provocaram mais 4.000 deslocados.

Novos combates eclodiram no final de fevereiro em torno da cidade de Kyaukphyu, onde a China prometeu construir um porto de águas profundas, num investimento estimado em nove mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

Isolados na cena internacional, os generais no poder estão profundamente dependentes da China, que também pretende construir na região ocidental oleodutos, centrais elétricas e ligações de transportes.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 3,5 milhões de pessoas estão deslocadas em Myanmar.

O golpe militar de 01 de fevereiro de 2021 derrubou o governo do partido da Liga Nacional para a Democracia, da prémio Nobel da Paz Aung Sang Suu Kyii, que está na prisão desde então.

Os militares já tinham estado no poder entre 1962 e 2011, tendo o golpe de 2021 interrompido o processo de transição democrática no país.

Leia Também: Myanmar. Milhares fogem de combates junto a zona de projetos chineses

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