Georgescu, pró-russo, ganhou em novembro a primeira volta das eleições presidenciais, com 23% dos votos, contra todas as expectativas, depois de as sondagens lhe atribuírem apenas 6% das intenções de voto.
No entanto, numa decisão rara, o Tribunal Constitucional anulou o processo alguns dias antes da segunda volta, depois de as autoridades terem questionado a própria campanha de Georgescu e alertado para uma alegada interferência russa.
"Em 6 de dezembro de 2024, a democracia foi morta e hoje o povo romeno ressuscitou-a", proclamou, perante apoiantes, o independente ultranacionalista ao apresentar a sua candidatura à comissão eleitoral, segundo a TVR.
O candidato afirmou ainda que partilha os mesmos ideais de "paz, democracia e liberdade" que o Presidente dos EUA, Donald Trump.
Uma grande força de segurança foi destacada para a zona.
Georgescu, que manifesta simpatia pela Rússia, apoiou a sua candidatura com 320.000 euros, um terço a mais do que o exigido por lei.
A sua candidatura tem o apoio dos partidos ultranacionalistas da oposição AUR e POT.
Remus Pricope, reitor da Escola Nacional de Estudos Políticos e Administrativos (SNSPA), e um advogado interpuseram recursos contra a candidatura, que devem ser apreciados inicialmente pelo Gabinete Eleitoral Central e, se for rejeitada, pelo Tribunal Constitucional.
Georgescu, que esta semana viu o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) rejeitar o seu recurso contra a anulação das eleições de novembro, considera-se vítima de um sistema corrupto e espera capitalizar o descontentamento com os partidos mais tradicionais.
As sondagens mostram-no agora como o favorito nas intenções de voto para as eleições de maio.
No entanto, espera-se que sejam os tribunais a decidir se Georgescu pode concorrer às eleições, depois de o Ministério Público o ter acusado, na semana passada, de formar uma organização fascista e de mentir sobre o financiamento da sua campanha.
O presidente da Câmara de Bucareste, o liberal Nicu?or Dan, também apresentou a sua candidatura, e o antigo primeiro-ministro social-democrata Victor Ponta anunciou a sua candidatura, embora ainda não a tenha formalizado.
As novas eleições presidenciais estão previstas para 04 de maio, com uma eventual segunda volta duas semanas depois.
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