Mais de 6.000 pessoas fogem para o Líbano após massacre na Síria

Mais de 6.000 pessoas, sobretudo alauitas, fugiram nos últimos dias da Síria para o norte do Líbano, após conflitos que causaram mais de mil mortos nas províncias costeiras sírias de Latakia e Tartus, disse hoje um responsável local.

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© Tamam Jerbi/Anadolu via Getty Images

Lusa
10/03/2025 17:47 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Síria

"A recente crise começou há cerca de dez dias e provocou uma deslocação maciça para a planície de Akkar e parte da área de Dreib. A maioria dos deslocados são alauitas e alguns libaneses, que atravessaram através de passagens ilegais", disse o governador da província libanesa de Akkar, Imad Labaki, à Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANN).

 

Labaki indicou que um total de 6.047 pessoas fugiu da Síria, representando um total de 1.476 famílias, 40 delas libanesas.

O governador referiu que os deslocados procuraram refúgio em aldeias, mesquitas e casas de famílias da mesma fé que o Presidente sírio deposto Bashar al-Assad.

Os líderes locais manifestaram preocupação com a situação e Labaki contactou as Nações Unidas, as organizações humanitárias, a Cruz Vermelha e a Unidade de Gestão de Catástrofes para obter assistência.

O Ministério da Defesa sírio anunciou hoje o fim de todas as suas operações militares contra os grupos pró-al-Assad em Latakia e Tartous, após cinco dias de violência e execuções sumárias de civis que, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), provocaram mais de 1.300 mortos.

Na passada quinta-feira, as forças sírias lançaram uma operação contra estes remanescentes do antigo regime, em resposta a uma emboscada em grande escala e a ataques de insurrectos contra militares, desencadeando uma onda de violência sem precedentes desde a queda do antigo presidente, em dezembro.

O Observatório, uma organização não-governamental com sede no Reino Unido e uma vasta rede de parceiros no terreno, afirma que, durante os confrontos, as forças sírias e outros grupos aliados "executaram" e mataram "a sangue frio" mais de 970 civis da minoria alauíta, o ramo do Islão xiita professado pelo clã de al-Assad e cujo núcleo se situa em Latakia e Tartus.

No entanto, o observatório indica que o número de mortos poderá chegar aos 1.300, pois há a juntar aos civis mortos 231 membros das forças de segurança e do Ministério da Defesa e 250 milicianos alauitas.

Hoje, o Ministério da Defesa sírio anunciou o fim da operação militar no oeste do país.

"Anunciamos o fim da operação militar [...] na sequência do êxito das nossas forças em atingir todos os objetivos fixados", declarou o porta-voz do ministério, Hassan Abdel Ghani, citado pela agência oficial Sana.

Os combates opuseram as forças de segurança aos grupos partidários do ex-presidente da Síria, Bashar al-Assad, que foi deposto em dezembro de 2024 e que se exilou na Rússia, um dos apoiantes do seu regime, juntamente com o Irão.

No domingo, fontes da presidência dinamarquesa do Conselho de Segurança da ONU indicaram que este órgão das Nações Unidas se reúne hoje de emergência a pedido de vários Estados-membros para discutir o massacre de mais de mil pessoas, a maioria civis, na Síria. 

A reunião será realizada à porta fechada, pela manhã, acrescentaram, e provavelmente contará com a participação do enviado especial para a Síria, o diplomata norueguês Geir Pedersen.

Leia Também: Forças armadas israelitas entram em mais duas cidades na Síria

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