"A alternativa não é uma ONG [organização não-governamental], não é outra organização da ONU", respondeu Lazzarini, numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça.
Para o responsável, "a única alternativa viável são (...) as instituições palestinianas para um Estado palestiniano".
"É por isso que, em vez de nos concentrarmos na tentativa de fazer desaparecer uma agência, preferia que nos concentrássemos e colocássemos toda a nossa energia e esforços numa solução política", acrescentou.
Antes, o embaixador israelita nas Nações Unidas em Genebra, Daniel Meron, tinha afirmado à imprensa que o seu país estava a "encorajar as agências da ONU e as ONG a substituírem" a UNRWA em Gaza, cuja ação Israel limitou.
Criada em 1949, a UNRWA opera nos Territórios Palestinianos Ocupados, prestando serviços aos refugiados, nomeadamente nos domínios da educação, da saúde e do saneamento.
Na Faixa de Gaza, devastada por 15 meses de guerra, a agência emprega 13.000 pessoas e gere a resposta humanitária para outras organizações.
"Nós, o Estado de Israel, estamos a tentar encontrar substitutos para o trabalho da UNRWA em Gaza", afirmou Meron.
Na sua opinião, outras organizações poderiam substituir a agência da ONU em função da sua especialização, com o Programa Alimentar Mundial (PAM), por exemplo, a tratar da questão da alimentação enquanto "outras se ocupariam de outras questões".
No final de janeiro, Israel pôs termo às atividades da UNRWA no seu território, na sequência de uma lei aprovada em outubro, que, no entanto, não proibiu as suas atividades na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.
As autoridades israelitas acusaram os funcionários da UNRWA de envolvimento no atentado do movimento islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro de 2023 em território israelita, que desencadeou uma ofensiva israelita em Gaza que fez mais de 48 mil mortos.
Estas acusações levaram os principais doadores a suspender o seu financiamento à agência. Uma investigação da ONU estabeleceu em agosto que nove membros do seu pessoal "podem ter estado envolvidos".
Leia Também: UNRWA denuncia "maior deslocação de palestinianos" na Cisjordânia desde 1967
