Os comentários de Trump não clarificam se houve uma mudança de ideias do Presidente dos Estados Unidos, que tinha proposto um plano para "assumir o controlo" do território, que tem uma população de 2,4 milhões de pessoas.
"Ninguém expulsará os palestinianos", disse Trump na quarta-feira na Casa Branca, respondendo a um repórter que lhe perguntou se o plano de "expulsar os palestinianos de Gaza" tinha sido discutido durante as suas discussões com o primeiro-ministro irlandês, Michael Martin, que estava de visita a Washington.
No início de fevereiro, Trump provocou uma indignação internacional ao propor transformar Gaza na "Riviera do Médio Oriente", num plano que incluía ainda a transferência dos seus residentes para os países vizinhos Egito e Jordânia - dois países que rejeitaram a ideia.
Enquanto ainda decorrem as negociações sobre a continuação do cessar-fogo entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel, o Egito manifestou "o seu apreço pelas declarações do Presidente norte-americano (...) sobre a não expulsão dos habitantes da Faixa de Gaza".
As autoridades egípcias consideram que "esta posição reconhece a importância de evitar o agravamento das condições humanitárias na região e a necessidade de trabalhar por soluções justas e duradouras para a causa palestiniana".
Por seu lado, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, aplaudiu um "claro recuo" do plano norte-americano para Gaza: "As declarações de Trump sobre não expulsar os residentes de Gaza são bem-vindas".
Perante a proposta dos Estados Unidos, os líderes árabes adotaram, em cimeira, um plano alternativo para a reconstrução da Faixa de Gaza, que seria implementado sob a futura administração da Autoridade Palestiniana, sem expulsar os seus habitantes.
"Agradecemos as declarações do Presidente dos EUA confirmando que os residentes da Faixa de Gaza não são obrigados a abandonar a sua terra natal", escreveu Hussein al-Sheikh, secretário-geral da OLP, na sua conta na rede social X.
Adotado no sábado pela Organização de Cooperação Islâmica, o plano elaborado pelo Egito conta ainda com o apoio de países europeus, entre os quais o Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
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