"Na minha opinião, isto não foi um acidente, não pode ser categorizado como tal", disse o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS) em conferência de imprensa em Bruxelas, na Bélgica.
"Quero deixar claro que esta localização estava numa zona isolada, não havia mais edifícios por perto, era uma estrutura bem conhecida", comentou, assumindo-se "chocado com estas notícias".
O diretor executivo da UNOPS comentou que "o que está a acontecer em Gaza é inconcebível".
Em declarações posteriores aos jornalistas portugueses, Jorge Moreira da Silva confirmou que um funcionário da UNOPS morreu nas instalações pertencentes àquele ramo da Organização das Nações Unidas (ONU) e que outra pessoas, que não era funcionária também, na sequência de "uma detonação" provocada por Israel.
O diretor executivo da UNOPS revelou que outros cinco funcionários da UNOPS ficaram "gravemente feridos": "Alguns ficaram sem os olhos, outros ficaram com as pernas amputadas."
O subsecretário-geral da ONU disse que desconhecia se foi um bombardeamento ou disparos de artilharia, mas insistiu que Israel sabia que aquelas instalações eram das Nações Unidas.
"Estas instalações eram bem conhecidas pela Forças de Defesa de Israel e não estavam inseridas no conflito, toda a gente sabia quem trabalhava lá dentro, eram funcionários da UNOPS", sustentou.
Em declarações posteriores aos jornalistas portugueses, Jorge Moreira da Silva garantiu que houve contactos desde segunda-feira com as autoridades israelitas e que Telavive confirmou ter conhecimento de que aquelas instalações eram das Nações Unidas, insistindo que não foi um ataque acidental.
Israel rompeu unilateralmente, na segunda-feira, o cessar-fogo com o movimento Hamas na Faixa de Gaza e que estava em vigor desde 19 de janeiro.
Os últimos ataques no enclave palestiniano mataram mais de 900 pessoas, segundo as autoridades de Gaza, somando-se aos mais de 49.500 desde o início da guerra contra o Hamas em retaliação pelos ataques em solo israelita de 2023, que fizeram mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
[Notícia atualizada às 14h37]
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