"A parte russa confirma a sua vontade incondicional para cumprir as disposições do acordo. Estamos convencidos de que a assinatura deste acordo abrangente é do interesse de ambos os países", declarou Sergei Shoigu, citado pela agência de notícias Tass.
Shoigu, que foi recebido por Kim em Pyongyang, recordou que o tratado foi assinado em junho do ano passado, durante uma cimeira na capital norte-coreana.
"Gostaria de vos transmitir as saudações e os melhores desejos do Presidente russo, Vladimir Putin. Ele dá grande importância à implementação dos acordos alcançados", afirmou o secretário do Conselho de Segurança russo durante a reunião.
Shoigu informou ainda Kim sobre o progresso das negociações bilaterais com os Estados Unidos e "tudo o que está a acontecer na Ucrânia".
"As conversações foram bastante longas. Mais de duas horas", afirmou Shoigu, referindo que durante a reunião discutiu os resultados das decisões tomadas durante as visitas oficiais de Putin e Kim, respetivamente.
"Muitas outras questões relacionadas de uma forma ou de outra com a segurança em diferentes regiões do mundo, e em particular na península coreana", foram também abordadas.
Os dois países ratificaram o tratado de associação em novembro de 2024, embora antes disso tenha sido noticiado o envio de milhares de tropas norte-coreanas para a região russa de Kursk, parcialmente ocupada pelo exército ucraniano.
O documento, que levantou preocupações na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, pretende, segundo Putin, "garantir a segurança e a estabilidade na península coreana e na região do nordeste da Ásia como um todo".
Em relação ao artigo 4º sobre a assistência militar mútua em caso de agressão, Putin afirmou que a forma e o momento em que será aplicado é um assunto que diz respeito somente aos dois países.
Além disso, Seul e os serviços de informação ocidentais têm vindo a relatar desde o início da guerra na Ucrânia que Pyongyang forneceu a Moscovo munições, mísseis e outras armas.
Em 2024, Putin mencionou a possibilidade de os dois países conduzirem exercícios militares conjuntos, enquanto Kim enviou uma carta ao líder do Kremlin no final do ano passado prometendo reforçar a cooperação militar bilateral.
Em meados de março, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Andrei Rudenko, visitou também Pyongyang, onde discutiu com a sua colega norte-coreana, Choe Son-hui, a possibilidade de realizar reuniões políticas "ao mais alto nível".
A Coreia do Sul não descartou a possibilidade de Kim realizar uma viagem à Rússia num futuro próximo, disse o conselheiro de segurança nacional, Shin Won-sik, à Yonhap News Television.
Esta viagem pode coincidir com o Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, uma vez que a Rússia comemora o 80º aniversário em 09 de maio, uma celebração para a qual convidou vários líderes mundiais.
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