"A alegação de que o primeiro-ministro autorizou o chefe do Shin Bet, Ronen Bar, a reunir provas contra o ministro Ben Gvir é uma nova mentira", afirmou o gabinete do primeiro-ministro através de um comunicado.
O canal de televisão 12 revelou que a Agência de Segurança Interna (Shin Bet) estava a conduzir um "procedimento secreto" há vários meses para investigar a infiltração de elementos da extrema-direita na polícia, assim como o ministro da tutela, Ben Gvir.
"O documento publicado, que contém uma diretiva explícita do chefe do Shin Bet para reunir provas contra a hierarquia política, assemelha-se a regimes obscuros, mina os fundamentos da democracia e visa derrubar o governo de direita", acrescenta o comunicado do gabinete de Netanyahu.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, descreveu Ronen Bar na rede social X como um "criminoso" e um "mentiroso, que está agora a tentar negar a sua tentativa de conspirar contra representantes eleitos num país democrático, mesmo depois de documentos terem sido revelados ao público e ao mundo".
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Israel suspendeu a decisão sem precedentes do Governo de demitir Ronen Bar, cujo despedimento reacendeu profundas divisões na sociedade, até analisar petições por quatro partidos da oposição e uma organização, a contestar a decisão do Governo. A suspensão pode ser prorrogada até 08 de abril.
Os partidos argumentam que a demissão de Bar representa um "grave conflito de interesses" para Netanyahu, uma vez que o chefe do Shin Bet estava a liderar as investigações sobre as falhas de segurança durante os ataques de 07 de outubro de 2023 do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outros grupos palestinianos ao sul de Israel.
O Shin Bet alertou recentemente para a "responsabilidade" da liderança política do país nos ataques.
A procuradora-geral israelita, Gali Baharav-Miara, informou na sexta-feira Netanyahu, através de uma carta, de que o primeiro-ministro está "proibido" de escolher outro diretor dos serviços secretos internos até que o tribunal conclua as suas investigações.
O Governo de Netanyahu, um dos mais à direita da história de Israel, tinha anteriormente demitido o chefe do Shin Bet, em quem o primeiro-ministro diz já não confiar.
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