Países da CPLP querem financiamento direto para a transição energética

Representantes dos Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) defenderam hoje financiamento direto e célere para a transição energética, de acordo com o "Roteiro de Cooperação 2030 de Energia e Clima na CPLP" em debate em São Tomé.

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Lusa
26/03/2025 17:42 ‧ há 3 dias por Lusa

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"O nosso roteiro de cooperação 2030 não pode ser um simples instrumento técnico. Tem de ser um guia vivo que articule planeamento energético para a transição energética com justiça climática, desenvolvimento económico com inclusão, inovação com identidade e, acima de tudo, transversalidade", defendeu a presidente da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER), na abertura do evento.

 

Para Mayra Pereira, o roteiro da CPLP tem que "abrir portas para financiamentos diretos, céleres e adaptados à realidade" dos planos de transição energética dos Estados membros.

"E, mais do que isso, deve-se apoiar a criação de plataformas nacionais que alinhem as prioridades locais com o financiamento internacional, promovendo uma coordenação eficaz entre governos, parceiros de desenvolvimento, setor privado e sociedade civil para que os recursos cheguem onde realmente são precisos", acrescentou.

 A presidente da ALER defendeu que a mobilização do financiamento climático deve também ser acompanhada por processos que ajudem a enfrentar o peso que a dívida pública produz nos países da CPLP.

"É urgente pensar em soluções inovadoras, como mecanismos de troca de dívida por ação climática, para estruturações de dívida vinculadas a metas ambientais e a integração da ação climática na estratégia macroeconómica nacional, para garantir que o combate às alterações climáticas não agrave a sustentabilidade fiscal, mas sim servirem como parte ativa da resposta à crise climática", defendeu.

O ministro das Infraestruturas de São Tomé e Príncipe, Adelino Cardoso, considerou que as "mudanças climáticas compõem uma das maiores ameaças" desta era, "com impacto nefasto" que também aflige os países da CPLP, por isso defendeu que "a cooperação se apresenta como ferramenta essencial para seu controle".

"Estamos comprometidos em assegurar a transição para fontes de energias renováveis que permitirão reduzir a dependência de combustíveis fósseis e garantir que a CPLP se torne um exemplo global de inovação e sustentabilidade. A implementação de projetos de energia solar, eólica, biomassa e até mesmo hidrogénio verde será a chave para alcançar estes objetivos", sublinhou Adelino Cardoso.

A ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável de São Tomé e Príncipe, Nilda da Mata, considerou, por seu turno, "imperativos globais" o combate às alterações climáticas e a transição para uma economia de baixo carbono, que constituem "uma oportunidade única de impulsionar um modelo de desenvolvimento mais justo, limpo e inclusivo" nos Estados membros.

"O nosso futuro passa por uma profunda descarbonização da economia e pela aposta clara nas energias renováveis e limpas, como único caminho para mitigar os efeitos das alterações climáticas e garantir o bem-estar das gerações futuras", acrescentou.

Nilda da Mata sublinhou que São Tomé olha para a transição energética "como um pilar central" da sua "estratégia de desenvolvimento sustentável e, consequentemente, uma alavanca para o crescimento" da sua economia verde e azul.

"Precisamos de alianças sólidas dentro da CPLP, da partilha de conhecimento e da mobilização de recursos para acelerarmos essa transição e garantir que ninguém fique para trás", defendeu.

O quarto Seminário de Energia e Clima da CPLP é promovido pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a presidência em exercício da CPLP, juntamente com a Comissão Temática de Energia dos Observadores Consultivos da CPLP, cuja coordenação está a cargo da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e da Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP).

Para quinta-feira está prevista a Reunião Técnica de Energia da CPLP e as reuniões bilaterais de B2B e B2G e, para sexta-feira, estão previstas visitas de campo a projectos de Energia e Clima em São Tomé e Príncipe, como o Projecto Comunidade de Santa Adelaide, a Central Solar de Santo Amaro e a Central Hídrica do Contador.

Leia Também: São Tomé e Príncipe sofre a sexta derrota no apuramento para o Mundial

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