A delegação ucraniana é constituída por membros dos ministérios da Justiça e da Economia, referiu a vice-primeira-ministra durante uma conferência de imprensa, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse anteriormente que pretendia recuperar o dinheiro gasto por Washington para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa através dos lucros gerados pela exploração dos recursos naturais ucranianos.
A vice-primeira-ministra disse que "nada (...) pode ser negociado com a Ucrânia de forma a prejudicar os compromissos e obrigações existentes" ao ser questionada sobre a possibilidade de o futuro acordo incluir disposições contrárias aos interesses europeus.
"O acordo final terá de ser ajustado posteriormente", acrescentou.
As negociações diretas surgem depois de os Estados Unidos terem entregado à Ucrânia, em 28 de março, uma nova proposta de acordo com condições adicionais ao que tinha sido acordado entre as duas partes.
Uma primeira versão do acordo deveria ter sido assinada durante a visita falhada do Presidente Volodymyr Zelensky à Casa Branca, em 28 de fevereiro.
O projeto de acordo consensual previa a criação de um fundo de investimento conjunto, dominado pelos Estados Unidos, a ser alimentado pelas receitas da futura exploração dos recursos naturais ucranianos.
O fundo deveria servir para atrair investimentos norte-americanos para a Ucrânia.
A nova proposta de Washington, que foi divulgada a meios de comunicação ucranianos como o Ukrainska Pravda, obriga a Ucrânia a reconhecer como dívida o dinheiro gasto por Washington para apoiar Kiev na guerra.
Também dá prioridade às empresas norte-americanas em concursos para projetos de extração de recursos minerais na Ucrânia.
Zelensky deixou claro que não reconhecerá quaisquer dívidas por ajudas recebidas como donativos no passado, nem aceitará condições que possam pôr em risco as hipóteses de adesão do país à União Europeia.
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