As primeiras conversas foram realizadas no Azerbaijão, na quarta-feira, para estabelecer um "mecanismo de redução da tensão para evitar incidentes indesejáveis na Síria", disse um funcionário do Ministério da Defesa turco, acrescentando que as negociações continuarão nas próximas semanas.
Desde a queda do Presidente Bashar al-Assad na Síria, no final do ano passado, Israel e a Turquia têm competido por interesses distintos na região.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria denunciou que jatos israelitas atingiram uma base aérea síria, acusando também a Turquia de querer usar essa base para ampliar a sua influência.
Israel teme também que a nova liderança da Síria represente uma ameaça ao longo da sua fronteira e criou uma zona tampão dentro do território sírio.
Entretanto, a ascensão da Turquia como ator-chave na Síria suscitou preocupações israelitas sobre uma maior presença militar turca.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira que as bases turcas na Síria seriam um "perigo para Israel".
Ancara está a apoiar o novo Governo sírio liderado por antigos rebeldes que financiou durante a guerra civil de 13 anos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, disse na quarta-feira que a Turquia não tinha "qualquer intenção de conflito na Síria, não apenas com Israel, mas com qualquer país da região".
Contudo, o chefe da diplomacia turca acrescentou que Ancara "não pode assistir à Síria a ser sujeita a uma turbulência interna, a uma operação, a uma provocação que ameaçará a segurança nacional da Turquia".
Depois de terem sido fortes parceiros regionais, os laços entre Israel e a Turquia enfraqueceram e deterioraram-se ainda mais devido à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tem sido um crítico acérrimo da guerra, provocando reações furiosas das autoridades israelitas.
Esta semana, Netanyahu tentou obter o apoio do seu aliado norte-americano, o Presidente Donald Trump, num país que Israel considera cada vez mais hostil.
No entanto, em vez disso, Trump elogiou Erdogan por "assumir o controlo da Síria", posicionou-se como um possível mediador entre os países e pediu a Netanyahu que fosse "razoável" nas suas negociações com a Turquia.
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