"O simples facto de estas consultas se terem realizado já é, por si só, um sinal positivo. Nesta fase, podemos afirmar que a delegação ucraniana teve a oportunidade de apresentar à parte norte-americana todas as propostas que preparámos em Kyiv", afirmou Stefanishina, que acumula ainda o cargo de ministra da Justiça e é responsável pelas questões de integração europeia e euro-atlântica no Governo ucraniano.
A vice-primeira-ministra referiu que ambas as delegações -- que iniciaram esta ronda de contactos nos Estados Unidos na semana passada -- chegaram a acordo sobre alguns pontos do texto, mas sublinhou que serão necessárias mais negociações para uma conclusão.
"Esta não é, evidentemente, a ronda final", declarou Stefanishina numa intervenção transmitida pela televisão ucraniana.
No final de março, Washington apresentou um novo rascunho do denominado acordo dos minerais raros, que amplia o documento-quadro inicial que os dois países deveriam ter assinado durante a visita conturbada do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, em 28 de fevereiro.
Segundo os meios de comunicação social ucranianos que tiveram acesso a este último documento, o texto propõe que a Ucrânia reconheça como dívida a ajuda militar recebida dos Estados Unidos sob a forma de doações, e que conceda prioridade às empresas norte-americanas em todos os projetos de exploração dos seus recursos naturais.
Após receber o mais recente rascunho, Zelensky afirmou de forma clara que não aceitará reconhecer qualquer dívida relativa à ajuda já recebida dos Estados Unidos.
O Presidente ucraniano rejeitou igualmente a imposição de quaisquer condições que possam comprometer as aspirações da Ucrânia de adesão à União Europeia (UE).
O acordo-quadro inicial, que não chegou a ser assinado, previa a criação de um fundo de investimento conjunto dominado pelos Estados Unidos, a ser financiado com os lucros gerados pela futura exploração dos recursos naturais ucranianos.
Esse fundo teria como finalidade apoiar a recuperação económica da Ucrânia.
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