Segundo a autoridade, a proposta israelita incluiria "a libertação de metade dos reféns" na primeira semana após o acordo em troca de um cessar-fogo de "pelo menos 45 dias" e a entrada de ajuda no território palestiniano.
Na sua proposta, transmitida por mediadores egípcios, Israel exige também o desarmamento do Hamas e de todas as fações armadas palestinianas em Gaza para colocar um "fim permanente" na guerra em Gaza, "uma linha vermelha (...) que não é negociável", destacou o responsável do Hamas à agência France-Presse (AFP).
Uma delegação do Hamas encontra-se atualmente no Cairo para conversações com funcionários egípcios e do Qatar que, juntamente com os Estados Unidos, estão a mediar uma trégua no território palestiniano.
Taher al-Nounou, alto dirigente do Hamas tinha dito hoje que o movimento palestiniano está disposto a libertar todos os reféns israelitas em troca de garantias de que Israel acabaria com a guerra na Faixa de Gaza.
No entanto, al-Nounou acusou também Israel de obstruir os progressos no sentido de um cessar-fogo.
"O problema não é o número" de reféns a libertar, disse, "mas sim o facto de [Israel] estar a renegar os seus compromissos, bloqueando a implementação do acordo de cessar-fogo e continuando a guerra. É por isso que o Hamas insiste na necessidade de garantias para obrigar [Israel] a respeitar o acordo", acrescentou.
Na primeira fase das tréguas, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram libertados 33 reféns, oito dos quais mortos, em troca da libertação por Israel de cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.
Até à data, os esforços para restabelecer o cessar-fogo têm esbarrado em divergências quanto ao número de reféns que o Hamas deve libertar.
Taher al-Nounou afirmou também que o Hamas não se desarmará, uma das condições impostas por Israel para pôr termo à guerra.
"As armas da resistência não são objeto de negociação", afirmou.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel a 07 de outubro de 2023.
O ataque provocou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais.
Das 251 pessoas raptadas na altura, 58 continuam detidas em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o exército.
Domingo, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que pelo menos 1.574 palestinianos tinham sido mortos desde o recomeço das operações militares israelitas a 18 de março, elevando para 50.944 o número de mortos em Gaza desde o início da resposta israelita, há 18 meses.
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