Governo francês defende que ataques a prisões são "coordenados"

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, defendeu hoje que os "65 incidentes" registados nas prisões francesas nos últimos dez dias foram "indubitavelmente coordenados" e confirmou que os acontecimentos estão a ser investigados pela Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT).

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© MAGALI COHEN/Hans Lucas/AFP via Getty Images

Lusa
23/04/2025 14:02 ‧ há 7 horas por Lusa

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França

Até "um terço dos departamentos (do país) sofreram incidentes", incluindo "ataques incendiários contra prisões e contra as casas dos funcionários prisionais", afirmou o ministro, em declarações à estação de televisão francesa BFMTV.

 

A investigação aos ataques, que visaram tanto edifícios prisionais como os funcionários das prisões, levaram à mobilização de 125 inspetores, que estão a ser também apoiados por outros 30 inspetores da polícia científica e técnica, especificou Bruno Retailleau.

Confrontado com uma situação que, por enquanto, o seu ministério não conseguiu travar, Retailleau afirmou: "Não se pode controlar uma situação em poucos dias".

"Estamos a fazer tudo o que é possível, mobilizando as nossas forças em grande medida sob a autoridade judicial da PNAT", disse o ministro, garantindo não ter "dúvidas" de que conseguirão apanhar os autores dos ataques.

Na segunda-feira, a PNAT anunciou que tinha assumido a investigação sobre os tiros ocorridos no domingo à noite no bairro de Isère, onde vivem guardas prisionais. Também foram lançados cocktails molotov na mesma zona.

No domingo à noite, "foram disparados vários tiros e lançados cocktails molotov contra casas de um bairro de Isère, onde residem vários guardas prisionais" e "foram encontrados 'graffitis' com a inscrição 'DDPF' [um acrónimo que as autoridades consideram ser Direitos dos Prisioneiros Franceses] nos locais", indicou a PNAT, entidade responsável pela investigação dos incidentes.

Um grupo associado a esta sigla publicou vídeos e ameaças na plataforma de mensagens encriptadas Telegram.

Tanto Retailleau como o primeiro-ministro francês, François Bayrou, e o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, vão visitar hoje à tarde a prisão de Saint-Quentin-Fallavier, em Isère, para manifestar o seu apoio aos funcionários penitenciários.

Na terça-feira, Gérald Darmanin declarou que "vários ataques" às prisões "foram dissuadidos" na noite de segunda-feira.

No fim de semana, próximo da prisão de Saint-Quentin-Fallavier, em Villefontaine, a porta de uma casa de um dos guardas prisionais do estabelecimento foi incendiada e foram encontrados buracos de bala na fachada, segundo a 'gendarmerie' (polícia militarizada) e fontes sindicais.

Desde meados de abril, a PNAT tem vindo a investigar uma série de incidentes que têm visado várias prisões e guardas prisionais em França.

As autoridades têm explorado uma eventual ligação dos incidentes a grupos associados ao tráfico de droga.

Para o Governo francês, estes ataques são uma resposta à sua política de luta contra os grupos de tráfico de drogas e à sua intenção de agrupar os principais chefes destes grupos numa prisão de segurança máxima, na sequência da morte de dois guardas prisionais durante a fuga de um narcotraficante em maio do ano passado.

Os primeiros atos de violência tiveram lugar na semana passada, quando sete veículos foram incendiados num parque de estacionamento da Escola Nacional de Administração Penitenciária (Enap) em Agen, no sudoeste de França, e no centro penitenciário de Réau, na região parisiense, segundo fontes próximas do caso.

Seguiram-se atos de vandalismo em diferentes noites em locais como Toulon (sul), Melun (sudeste de Paris), Chalons-en-Champagne (leste), Valence (sudeste) e Nimes (sul).

Leia Também: Reino Unido, França e Alemanha pedem a Israel por ajuda a Gaza

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