Só um terço das crianças angolanas tem certidão de nascimento

Menos de um terço (31 por cento) das crianças menores de cinco anos em Angola têm certidão de nascimento, revela uma análise do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgada em Luanda.

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Lusa
17/06/2015 08:57 ‧ 17/06/2015 por Lusa

Mundo

Unicef

O estudo, apresentado na terça-feira e consultado pela agência Lusa, refere que melhorar o acesso ao sistema de registo civil é crucial para o país atingir o objetivo da universalidade do registo do nascimento, definido no Plano Nacional de Desenvolvimento do Governo.

A baixa cobertura desse serviço, refere o estudo à situação das Crianças e Mulheres em Angola, deve-se "em grande medida às insuficiências dos serviços de registo e aos padrões e práticas sociais que limitam a procura de registo".

O documento destaca que as principais razões apresentadas pelas mães para não registarem os seus filhos são o custo e a distância, representando respetivamente 33% e 16% das crianças menores de cinco anos não registadas, de acordo com dados do Inquérito sobre o Bem-Estar da População (IBEP) de 2008-2009.

Outra das razões mencionadas por 8% das mães inquiridas tem a ver com a falta de Bilhetes de Identidade dos pais ou o facto de estarem caducados, por isso a Unicef recomenda a importância de facilitar a renovação desse documento.

No entanto, no relatório aquele órgão da ONU sublinha que o Governo recentemente adotou várias medidas para aumentar a cobertura do registo de nascimento, que incluem a isenção das taxas dos emolumentos do registo de nascimento para todos os cidadãos angolanos por três anos, até 2016.

A isenção do pagamento de taxas para a emissão do Boletim de Registo Civil e Bilhete de Identidade quando solicitado pela primeira vez são outras das estratégias governamentais para a massificação do registo de nascimento, que tem como meta proceder ao registo de oito milhões de cidadãos até 2017.

Sobre o assunto, o Secretário de Estado do Ministério da Saúde de Angola, Carlos Masseca, presente na apresentação do relatório, recordou que o registo nas maternidades foi igualmente adotado no processo de massificação do registo de nascimento.

O governante angolano frisou que as recentes maternidades inauguradas no país já dispõem de salas especiais com esse efeito, contudo, salientou que problemas culturais têm dificultado o projeto.

Na segunda-feira, o delegado provincial da justiça e dos direitos humanos na província do Bié, centro de Angola, disse estar-se a registar muitas dificuldades para o registo de recém-nascidos nas unidades sanitárias.

Mateus Balanca, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, apontou casos constantes de pais que deixam a maternidade sem registar os filhos, só aparecendo dias depois para o fazer.

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