Acolher refugiados é "marca de caridade"
O bispo emérito de Díli, Ximenes Belo, considerou hoje que o acolhimento aos refugiados que estão a chegar à Europa aos milhares é "uma marca de caridade", em especial perante pessoas em situação de "pobreza e doentes".
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Mundo Ximenes Belo
"Temos de os acolher. Depois, a longo prazo, temos de trabalhar para criar as condições do que chamamos de bem comum, para os próprios países" de origem da onda de refugiados, sublinhou Ximenes Belo à Fundação AIS, ligada ao Vaticano.
Para o bispo emérito da capital de Timor-Leste, o problema desencadeado com os milhares de refugiados "não devia acontecer", responsabilizando as "más políticas" de Governos que "têm ambições de dominar o mundo".
O Prémio Nobel da Paz de 1996, que recebeu em conjunto com José Ramos-Horta, ex-Presidente timorense, disse acreditar que Portugal "vai manifestar claramente" o espírito solidário na questão, sustentando que os portugueses "também foram acolhidos em tantos países do mundo" como emigrantes.
Ximenes Belo destacou também o trabalho desenvolvido pela Fundação AIS, nascida no fim da II Guerra Mundial, precisamente para apoiar a vaga de refugiados no Velho Continente, que classificou como sendo "uma organização desejada por Deus".
O bispo emérito de Díli manifestou o seu apoio à Ajuda à Igreja Que Sofre, assegurando rezar "por todos aqueles que trabalham para esta organização", tão necessária "por continuar a haver sofrimento no mundo".
Fundada em 1947 pelo padre Werenfrien van Straatemn, inspirado na mensagem de Fátima (em Portugal), a Fundação AIS é uma organização dependente da Santa Sé e visa apoiar projetos de cunho pastoral em países onde a Igreja Católica esteja em dificuldades, segundo o sítio na própria organização.
No início da atividade, o trabalho da AIS consistia apenas em auxiliar os refugiados da Alemanha de Leste que fugiam da ocupação comunista (da então União Soviética), mas rapidamente se espalhou pelos campos de refugiados da Europa e Ásia, pelas repúblicas comunistas, América Latina e África", lê-se no sítio da fundação.
Para a AIS, os desafios são "múltiplos" e passam pelo combate ao totalitarismo de esquerda ou de direita, fanatismo religioso, multiplicação de seitas, materialismo e falta de sacerdotes, entre outros.
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