"É indispensável contrariar contexto de incerteza que se vive na Europa"

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado afirmou hoje, no Porto, ser "indispensável contrariar o contexto de incerteza que se vive na Europa", defendendo "mais certeza nas opções políticas internas que cada Estado assume".

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Lusa
05/11/2015 15:25 ‧ 05/11/2015 por Lusa

Mundo

Luís Amado

"A instabilidade política é um fator que perturba um país que precisa muito de financiamento externo, por isso é que é absolutamente indispensável contrariar o contexto de incerteza em que se vive na Europa e um pouco por toda a parte, oferecendo mais segurança, mais estabilidade, mais certeza nas opções políticas internas que cada Estado assume, e essa é uma responsabilidade clara que os dirigentes portugueses dos diferentes partidos devem assumir também", afirmou Luís Amado, em declarações à Lusa.

O presidente não executivo do Conselho de Administração do Banif, que falava à entrada para um almoço-debate fechado à comunicação social sobre "África perante a crise interna: Riscos e Oportunidades", organizado pela Fundação Associação Empresarial de Portugal (AEP), defendeu ser necessário que Portugal "atue com consistência estratégica na abordagem" de alguns mercados africanos.

"Se Portugal souber aproveitar bem a estabilização da sua inserção na Europa e definir com rigor uma visão estratégica da sua relação no espaço do Atlântico Sul, em particular com a Africa Ocidental, o Golfo da Guiné e a África Austral, terá o futuro garantido para as próximas gerações", sustentou.

Luís Amado, que foi também ministro da Defesa de um dos governos liderado pelo socialista José Sócrates, considerou que África "oferece grandes oportunidades" para empresas portuguesas, designadamente em algumas regiões "em que está tudo por fazer".

"Para muitas empresas portuguesas será seguramente nessas regiões que encontrarão projetos importantes para desenvolver os seus negócios no futuro", disse, acrescentando que Portugal deve também aproveitar o facto de se tratar de um Continente "com uma demografia pujante, que vai duplicar a sua população em pouco mais de 20 anos".

Sobre os riscos existentes em África, Luís Amado referiu estarem relacionados com a sua "situação geopolítica", contudo, acrescentou que "hoje há riscos em qualquer parte do mundo".

"O risco na Europa hoje também é muito grande, há grandes extensões geopolíticas na Europa, o problema dos refugiados que varre hoje o continente europeu, ninguém sabe muito bem quais vão ser as consequências para o futuro da própria construção europeia, dadas as tensões que se estão a desenvolver um pouco por toda a parte no continente europeu", sustentou.

Sobre o que levaria para debate no almoço, Luís Amado afirmou que o seu objetivo era "transmitir uma visão sobre a importância do continente africano para o desenvolvimento futuro de Portugal em termos económicos e para a sua inserção na economia mundial".

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