O inquérito, realizado pelo Instituto Emnid (instituto de pesquisa de opinião) revelou que 47 por cento das pessoas com raízes turcas e que residem na Alemanha (cerca de 3 milhões de pessoas) acredita que o cumprimento dos mandamentos da sua religião é mais importante que as leis do estado em que vivem.
Entre os imigrantes turcos de primeira geração, a percentagem situa-se nos 57%, enquanto para os de segunda geração, filhos e netos nascidos na Alemanha, se fixa nos 36%.
Estes filhos e netos vivem de forma menos rigorosa a fé pois, segundo a sondagem, é raro rezarem, vão cada vez menos à mesquita e são menos as mulheres que usam o véu.
Assim, descrevem-se a si mesmos como "muito religiosos" 62% dos membros da primeira geração, enquanto para os seus descendentes, esse valor sobe para os 72%.
Detlef Pollack, coordenador do estudo e sociólogo da religião, entende que, esta percentagem elevada não reflete a religiosidade dessas gerações descendentes e mais integradas na sociedade, mas sim uma demonstração em como pertencem a uma determinada cultura.
Dos entrevistados, 90% gosta de viver na Alemanha, no entanto, 54% acredita que por mais que se esforce nunca será reconhecido como parte da sociedade alemã.
Detlef Pollack uniu esta falta de reconhecimento social à "intensa defesa" do Islamismo, que os entrevistados associam com princípios como a solidariedade e a tolerância.
Um total de 83% afirma que não gosta quando os muçulmanos são os primeiros suspeitos depois de um atentado terrorista e três quartos defende a proibição de livros ou filmes que ofendam os seus sentimentos religiosos.
O estudo vem revelar que parte considerável desse coletivo partilha uma atitude fundamentalista, dificilmente compatível com uma sociedade moderna, e que 07% desse coletivo afirma que a violência é justificada se se tratar de difundir o Islamismo.
São 32% os que consideram que os muçulmanos deveriam voltar a uma ordem social própria como "nos tempos do profeta Maomé" e 36% aqueles que pensam que só o Islamismo é "capaz de resolver os problemas da atualidade".
Para o Estudo, apresentado como um dos mais amplos realizados entre a população de origem turca, foram entrevistados 1.200 imigrantes e descendentes com idade superior a 16 anos, dos quais 40% destes nasceu na Alemanha.