Turcos na Alemanha seguem mais o islamismo e menos as leis do país

Quase metade dos cidadãos turcos residentes na Alemanha considera mais importante seguir os procedimentos islâmicos do que as leis do país, segundo uma sondagem apresentada hoje em Berlim e integrada num estudo da Universidade alemã de Münster (oeste).

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Lusa
16/06/2016 17:47 ‧ 16/06/2016 por Lusa

Mundo

Estudo

O inquérito, realizado pelo Instituto Emnid (instituto de pesquisa de opinião) revelou que 47 por cento das pessoas com raízes turcas e que residem na Alemanha (cerca de 3 milhões de pessoas) acredita que o cumprimento dos mandamentos da sua religião é mais importante que as leis do estado em que vivem.

Entre os imigrantes turcos de primeira geração, a percentagem situa-se nos 57%, enquanto para os de segunda geração, filhos e netos nascidos na Alemanha, se fixa nos 36%.

Estes filhos e netos vivem de forma menos rigorosa a fé pois, segundo a sondagem, é raro rezarem, vão cada vez menos à mesquita e são menos as mulheres que usam o véu.

Assim, descrevem-se a si mesmos como "muito religiosos" 62% dos membros da primeira geração, enquanto para os seus descendentes, esse valor sobe para os 72%.

Detlef Pollack, coordenador do estudo e sociólogo da religião, entende que, esta percentagem elevada não reflete a religiosidade dessas gerações descendentes e mais integradas na sociedade, mas sim uma demonstração em como pertencem a uma determinada cultura.

Dos entrevistados, 90% gosta de viver na Alemanha, no entanto, 54% acredita que por mais que se esforce nunca será reconhecido como parte da sociedade alemã.

Detlef Pollack uniu esta falta de reconhecimento social à "intensa defesa" do Islamismo, que os entrevistados associam com princípios como a solidariedade e a tolerância.

Um total de 83% afirma que não gosta quando os muçulmanos são os primeiros suspeitos depois de um atentado terrorista e três quartos defende a proibição de livros ou filmes que ofendam os seus sentimentos religiosos.

O estudo vem revelar que parte considerável desse coletivo partilha uma atitude fundamentalista, dificilmente compatível com uma sociedade moderna, e que 07% desse coletivo afirma que a violência é justificada se se tratar de difundir o Islamismo.

São 32% os que consideram que os muçulmanos deveriam voltar a uma ordem social própria como "nos tempos do profeta Maomé" e 36% aqueles que pensam que só o Islamismo é "capaz de resolver os problemas da atualidade".

Para o Estudo, apresentado como um dos mais amplos realizados entre a população de origem turca, foram entrevistados 1.200 imigrantes e descendentes com idade superior a 16 anos, dos quais 40% destes nasceu na Alemanha.

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