Presidente da Guiné-Bissau entende que o país tem embaixadas a mais

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou hoje que o país tem embaixadas a mais e que é urgente fechar algumas para melhor responder às necessidades e possibilidades financeiras do Estado guineense.

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Lusa
02/09/2016 19:48 ‧ 02/09/2016 por Lusa

Mundo

José Mário Vaz

 

Para o líder guineense, que falava na abertura da quarta conferência dos embaixadores da Guiné-Bissau que decorre na localidade de Uaque, a 50 quilómetros de Bissau, o país não pode continuar a ter "embaixadas em todas as esquinas" quando podia abrir representações diplomáticas, disse.

A Guiné-Bissau conta com cinco embaixadas em África: Argélia, Guiné-Conacri, Gâmbia, Senegal e Marrocos, seis na Europa: Alemanha, Bélgica, Espanha, França e Portugal e Rússia, três no continente americano: Cuba, Brasil e Estados Unidos, e duas embaixadas na Ásia: China e Irão.

"Em vez de termos quatro ou cinco missões diplomáticas e equipá-las com todas as condições que a representação exige, dignificando assim as funções do embaixador (...) optamos por abrir embaixadas em todas as esquinas, sem que o país esteja preparado quer intelectualmente quer financeiramente para tal", afirmou José Mário Vaz.

Para o Presidente guineense, "é preciso que o país tenha coragem e reduza o número de embaixadas" em função dos recursos disponíveis, o que, disse, passará pelo encerramento das embaixadas consideradas desnecessárias, fixar o número do pessoal preciso e mandar de volta para casa os excedentários.

José Mário Vaz sublinhou que as chancelarias atuais "são inapropriadas", que as viaturas e as residenciais que servem o pessoal diplomático "não dignificam" os que aí trabalham e nem o próprio país, disse.

"Tudo isso é fruto da nossa própria desorganização. Não se adequa os serviços a real situação do país", defendeu Mário Vaz, apontando para novos objetivos em termos gerais e estratégicos naquilo que são as funções do pessoal diplomático.

Para o chefe de Estado guineense, os novos objetivos devem passar pela mobilização de fundos e captação de investimentos externos para o país, incentivo aos emigrantes para o envio das suas poupanças para o país, recenseamento dos cidadãos aí residentes, maior e melhor intervenção do pessoal diplomático na comunicação social do país acreditado e fornecimento de mais informações sobre a situação dos países onde se encontram a trabalhar.

José Mário Vaz diz que quer uma diplomacia "mais hábil, ativa e eficiente" e aguarda que até novembro terá em mãos um plano estratégico para por em marcha.

Também pediu uma "atenção especial" do pessoal diplomático em relação aos emigrantes guineenses que disse serem a principal razão da existência das representações do país no exterior.

Até domingo, 34 embaixadores, entre os que se encontram em missão no exterior e os que não estão colocados, debruçam-se sobre que estratégias para servir melhor o desenvolvimento do país e como dignificar ainda mais a carreira diplomática.

 

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