O holandês, que intervinha no Congresso da Banca Alemã, lamentou ter-se expressado "de forma demasiado direta", o que perturbou "tanta gente", mas sublinhou que não se referia aos países do sul, mas a todos os países da zona euro.
"Talvez devesse tê-lo dito de outra maneira", disse Dijsselbloem, que no final da intervenção recebeu um forte aplauso dos cerca de 700 representantes da banca alemã presentes. O presidente do Eurogrupo defendeu que nenhuma comunidade pode manter a solidariedade interna sem um "marco" normativo que todas as partes respeitem.
"Todos, e não só os países do sul, devem comprometer-se a cumprir o acordado. Todos devem dar o seu melhor para construir uma Europa melhor", acrescentou.
Contrariamente aos que defendem um alívio das regras fiscais dadas as melhorias na situação económica, Dijsselbleom defendeu a manutenção da arquitetura institucional criada na sequência da crise.
A solidariedade na zona euro, sustentou, precisa "dessa base" e, para partilhar riscos, cada país deve reduzir os seus próprios riscos, referindo-se ao défice e à dívida.
Jeroen Dijsselbloem tem sido fortemente criticado por aquela afirmação, feita numa entrevista ao jornal alemão Frankfurter Algemeine Zeitung, nomeadamente pelo Governo português, que tem defendido o seu afastamento do cargo de presidente do Eurogrupo.
Na quarta-feira, no Luxemburgo, o primeiro-ministro português, António costa, voltou a afirmar que Dijsselbloem "não tem a menor condição" para continuar a presidir ao Eurogrupo e lamentou que o político holandês nem sequer se retrate das ofensas dirigidas aos países do sul.
"O presidente do Eurogrupo deve ser um mobilizador, e não um fator de divisão. O senhor Dijsselbloem já mostrou por diversas vezes que não é capaz de ser um mobilizador, e desta vez foi particularmente ofensivo relativamente aos países do sul. E, falando muito francamente, pior do que ele disse ao [jornal] Frankfurter Allgemeine Zeitung, são as explicações que tentou dar, pois demonstraram que ele não compreende o que fez e como ofendeu profundamente os povos do sul da Europa", declarou António Costa.