Entidades catalãs preparam-se para ocupar escolas na véspera do referendo

As entidades oficiais da Catalunha mobilizaram-se nas últimas horas para aumentar o número de escolas ocupadas na véspera do referendo sobre a independência da região, considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.

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© Reuters

Lusa
30/09/2017 20:33 ‧ 30/09/2017 por Lusa

Mundo

Espanha

A plataforma Escolas Abertas, que visa garantir que colégios e centros cívicos sejam locais de votação a 01 de outubro, estão a mobilizar voluntários na área metropolitana de Barcelona, que concentra a maioria dos votantes.

Respondendo ao apelo e em articulação com outras plataformas pró-referendo, dezenas de pessoas concentraram-se hoje diante da Escola Industrial de Barcelona para assegurar o controlo das instalações como local de votação.

Também hoje à tarde o grupo de música pop catalão Mishuma iniciou uma ronda de atuações em quatro colégios de Barcelona, incentivando aa pessoas a passarem a noite nas escolas.

Vários grupos ligados à cultura catalã também se envolveram em atividades organizadas em colégios e centros cívicos.

Almoços populares, aulas de pintura, jogos de mesa, debates, concertos, sessões de cinema e outras atividades foram algumas das iniciativas realizadas por forma a evitar que os colégios sejam encerrados pela polícia, por ordem judicial.

Como desculpa para manter os colégios abertos, foram convocadas festas de outono e de início do ano letivo ou acampamentos.

Em Tarragona, duas dezenas de polícias irromperam hoje à tarde no colégio Antoni Marti e Franquès em busca de boletins de voto do referendo.

O Governo regional catalão -- no quadro de um processo soberanista que arrancou oficialmente ainda antes das eleições regionais de setembro de 2015 -- convocou para domingo, 01 de outubro, um referendo sobre a independência na região.

O Tribunal Constitucional espanhol considerou ilegal uma consulta popular nos moldes propostos pelo Governo regional (a Constituição espanhola apenas permite referendos nos quais participem todos os espanhóis), pelo que o Governo espanhol e a justiça espanhola têm vindo a tomar medidas para impedir a consulta de domingo.

Entre estas medidas contam-se detenções de responsáveis governamentais catalães, apreensão de milhões de boletins de voto, o fecho de assembleias de voto ou a suspensão forçada de redes informáticas destinadas ao voto 'online'.

O argumento utilizado pelo governo central de Madrid tem sido o de que não pode permitir uma consulta popular que foi considerada ilegal pelos tribunais e que vai contra a Lei Fundamental espanhola.

Apesar de as autoridades espanholas garantirem que não existem, neste momento, condições para que no domingo se realize um referendo na Catalunha, o governo regional insiste que vai realizar a consulta popular.

Para o efeito, afirmou que estarão abertas mais de 2.300 assembleias de voto. A polícia, entretanto, já fechou e selou mais de metade destes locais, muitos deles ocupados por pais e alunos para impedir a intervenção da polícia.

 

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